quarta-feira, 24 de março de 2021

Streets of Rage 4: Finalmente no PCLinuxOS!


Nostalgia… Ahhh, nostalgia. O mundo todo fica diferente com os óculos da nostalgia. E, vamos nos intoxicar com nostalgia agora. Senhoras e senhores, finalmente, Streets of Rage 4, review, da versão vendida na GOG, rodando nativamente no PCLinuxOS!

Streets of Rage 4, um jogo que demorou (demais) a sair...

Vinte e cinco anos. Esse foi o tempo que se passou desde que Streets of Rage 3(Bare Knuckle 3 no Japão) foi lançado  para o MegaDrive. A saga desenvolveu seus três capítulos principais em um período de tempo muito curto, de 1991 a 1994. A partir daí, nada, exceto pelas conversões que foram feitas para outros sistemas. Os fãs da franquia receberam uma agradável surpresa em agosto de 2018, quando DotEmu, um estúdio especializado em títulos retro, anunciou oficialmente que estava trabalhando em um novo capítulo, Streets of Rage 4.

A Estrada para Streets of Rage 4

Os rumores de uma quarta entrada na série vinham circulando desde meados dos anos 90. Após o sucesso do Wonder Boy: The Dragon's Trap, um remake de 2017 do Wonder Boy III de 1989: The Dragon's Trap, o estúdio Dotemu e o desenvolvedor Lizardcube se aproximaram da Sega para criar uma sequência na série Streets of Rage. A Sega concordou e a produção do jogo começou no início de 2018, com o jogo anunciado publicamente em 27 de agosto de 2018.
A trilha sonora é composta principalmente por Olivier Derivière, com participação dos compositores originais da série Yuzo Koshiro e Motohiro Kawashima, em parceria com Yoko Shimomura, Harumi Fujita, Keiji Yamagishi, Scattle, Das Mörtal, XL Middleton e Groundislava. Koshiro não fazia parte do projeto desde o início, mas se juntou depois de jogar uma demonstração do jogo na BitSummit, uma mostra de jogos indie em Kyoto, em junho de 2019. Ele citou os pedidos dos fãs e como o jogo estava surgindo como razões para a adesão. Inicialmente Hideki Naganuma deveria tomar o lugar de Fujita, mas em março de 2020 Dotemu anunciou que ele não estaria mais compondo para o jogo devido a complicações de programação.
De acordo com Jordi Asensio, um designer de jogos da Guard Crush Games, Joe Musashi da série Shinobi, foi proposto como um personagem jogável, junto a outros personagens da Sega fora da série Streets of Rage, mas a ideia foi recusada pela Sega do Japão.



As Empresas Envolvidas

Streets of Rage 4 é uma idéia da DotEmu em colaboração com a Sega. A equipe trabalhou junto com a Lizardcube (Wonderboy III: The Dragon's Trap) e Guard Crush Games (Streets of Fury) para dar forma à nova produção, na qual a Sega AM7 não teve nenhum envolvimento, o estúdio que trouxe a trilogia original para o MegaDrive. Também conhecido como Team Shinobi, o desenvolvedor original de Streets of Rage, foi renomeado Wow Entertainment e passou por várias fases antes de ser diluído como um estúdio. 


Desenvolvimento

Após o sucesso de Wonder Boy: The Dragon's Trap, um remake de 2017 do Wonder Boy III de 1989: The Dragon's Trap, a editora Dotemu e o criador Lizardcube abordaram a Sega sobre a criação de uma sequência  na série Streets of Rage. A Sega concordou, licenciou a franquia à Dotemu e a produção do jogo começou no início de 2018, tendo o jogo sido anunciado publicamente em Agosto. O jogo foi co-desenvolvido pela Guard Crush Games, utilizando um motor modificado do seu jogo Streets of Fury, com uma equipe de desenvolvimento central de cinco membros nas três empresas. Ele foi lançado para Microsoft Windows, Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One em abril de 2020. Cada personagem jogável Streets of Rage 4 tem aproximadamente 1.000 frames de animação, com inimigos com entre 300 e 400 frames cada. A Seaven Studio portou o jogo para PlayStation 4 e Nintendo Switch enquanto que BlitWorks o portou para Xbox One e Windows 10.



A Versão Linux

Em 12 de novembro de 2020, Lizardcube e Dotemu anunciaram que  Streets of Rage 4 é  oficialmente suportado no Linux (e macOS), com um port feito por Ethan Lee, criador da FNA.
Não somente é oficialmente suportado, mas também é o 50º port feito por Ethan Lee usando FNA e traz consigo tanto suporte OpenGL quanto Vulkan para a versão Linux.
Alguns Features da versão Linux:

  •  O retorno da lendária série Streets of Rage.
  •  Belos gráficos totalmente desenhados à mão animados pelo estúdio por trás do Wonder Boy: The Dragon's Trap.
  •  Limpe a Wood Oak City sozinho ou com outro amigo online! (não testei multiplayer online)
  •  Pela primeira vez, equipe até 4 pessoas offline para reconquistar a cidade.
  •  Jogabilidade clássica melhorada com uma mecânica novinha em folha.
  •  Trilha sonora de vários músicos de classe mundial.
  •  Frango assado em todos os lugares.
  •  Uma dúzia de antigos personagens da Streets of Rage desbloqueáveis e jogáveis em suas versões originais em pixel.
  •  Músicas originais, dos jogos anteriores, desbloqueáveis.
  •  12 fases únicas.
  •  Lute contra seus amigos no Battle Mode
  •  Ou formar uma equipe para derrotar o Boss Rush Mode!


FNA, a mágica que faz os jogos rodarem nativamente no Linux

FNA é uma reimplementação totalmente nova de código aberto das bibliotecas de tempo de execução do Microsoft XNA 4.0 Refresh para Windows, Mac OS X, e GNU/Linux. Originando-se como uma reescrita da plataforma desktop do MonoGame, a FNA apresenta uma completa reimplementação dos subsistemas gráficos e de áudio, além de um aumento dramático na portabilidade no desktop. Com um único binário FNA, é possível criar para Windows/Mac/Linux sem ter que recompilar para cada alvo individual.


A FNA é também uma biblioteca complementar ao projeto MonoGame; enquanto o MonoGame pretende suceder ao XNA 4.0, a FNA pretende preservar o XNA 4.0 com precisão e preservação como as principais prioridades do projeto. Com código e conteúdo compatível com XNA, um jogo pode ser executado sob FNA com nada mais do que um novo arquivo de projeto.


DESTAQUES:
    • A FNA é agora oficialmente suportada por desenvolvedores
    • Uma reimplementação livre e de código aberto do XNA 4.0
    • Suporte a Windows, Mac, e Linux com um único binário
    • Já é usada em dezenas de jogos para Windows/Mac/Linux
    • Desenvolvido por Ethan Lee, portador profissional de videogames.

Meu Review

Depois de esperar por 25 anos, os fãs da série já tinham se desesperado e criado suas próprias sequências. Sim, a criação do motor Openbor e de Streets of Rage remake foi um sinal desse desespero.
Mas, a culpa foi da Sega mesmo, que nesses anos todos, negligenciou uma propriedade intelectual fantástica, e, com muito apelo com os fãs.
Mas, vamos  à análise do jogo.


História

A história é horrível: os filhos de Mr. X, os gêmeos Y (Hahahahaha), estão tentando continuar o trabalho iniciado por seu pai: controlar a cidade de Wood Oak, exercendo poder em todas as suas esferas: políticos, policiais e gangues de criminosos. Eles intentam fazer isso usando música hipnótica para controlar os cidadãos de Wood Oak (Hahahahaha).
 Blaze Fielding então cobra alguns favores antigos, para derrubar os gêmeos. Juntando-se a Blaze estão seus velhos amigos Axel Stone e Adam Hunter, a filha de Adam Cherry Hunter e Floyd Iraia, um aprendiz cibernético melhorado do Dr. Zan.
Inicialmente, Adam Hunter não está disponível, mas, avançando até a segunda fase do jogo, ele fica desbloqueado para jogar.
Com um enredo profundo como uma folha de papel, a história é apenas um pretexto para a pancadaria que se segue no jogo.


Jogabilidade

Aqui vai uma crítica, e, bem contundente: Parece que os desenvolvedores desaprenderam tudo que veio até SOR 3( Streets of Rage 3). Os personagens perderam movimentos, como o dash, que traz uma dinâmica muito mais rápida ao jogo. E o pior: Está difícil demais. Graças a perda do movimento dash, agora está muito mais difícil de escapar de ataques em grupo, o quê era relativamente fácil até o terceiro jogo da franquia.
Apenas a personagem Cherry Hunter possui dash, o que a torna a melhor personagem do jogo, logo na saída.
Ao desbloquear as versões anteriores dos personagens a coisa melhora, pois todos têm o movimento dash e o jogo fica mais fácil, porém, até chegar lá, você terá que terminar o jogo algumas vezes, para liberar essas versões, e, muita gente talvez não tenha tanta paciência.
Personagens desbloqueáveis: Axel (SOR1, SOR2, SOR3 ), Blaze (SOR1, SOR2, SOR3 ), Adam (SOR1), Skate (SOR2, SOR3 ), Max (SOR2),  Zan (SOR3) e Shiva (SOR3)



Gráficos

Aqui o jogo brilha, com uma intensidade nunca antes vista. Os gráficos, todos, foram desenhados à mão, e, estão todos em alta resolução. O estilo segue os animes, e, são uma visão a para se admirar.
Seus visuais são positivamente deslumbrantes, ostentando um estilo de arte deliciosamente desenhado à mão que ecoa perfeitamente os clássicos dos arcades. Muitos dos desenhos são os mesmos, mas foram reimaginados de uma forma que parece verdadeiramente fantástica. Nota 10 com louvor


Música

Aqui é que a coisa se complica. O jogo tem músicas, mas, nem de longe lembram as músicas clássicas. Não são ruins, mas, são como músicas de elevador: bland e sem inspiração. E, admira o fato de compositores dos antigos jogos terem participado na trilha sonora. Por sorte, é possível ligar as músicas antigas e ouvi-las durante o jogo, pois as novas são uma decepção.  
Quanto ao som, ele só funciona com o pulseaudio, mas, se não usa o pulseaudio, apulse resolve esse problema tranquilamente.


Veredito

Como eu disse no início, iríamos numa viagem de nostalgia nesse review, e, acredito, que muitos jogadores e game journalists ficaram embriagados com nostalgia para dar suas notas de excelente a este jogo.
E, é difícil de falar mal deste jogo: Ele é muito bem feito, houve muito trabalho para fazer uma peça competente, em termos visuais e sonoros, mas, no fundo, é como se fosse um bolo de vento – Ele é vazio, vazio daquilo que os jogadores queriam ver e sentir, quando o compraram, que é ser uma continuação de Streets of Rage 3.
Sim, por mais competente que a produção tenha sido, o produto final não tem o feeling de SOR, parece outra coisa. E, isso também é consequência da utilização do motor do jogo Streets of Fury, que é uma paródia aos jogos de luta beat em up, o qual pertence a franquia SOR.
Agora, eu faço essa review sem óculos de nostalgia, mas, informando o que precisa ser dito: É um jogo muito competente, mas, não é SOR.
Para se ter uma experiência como a de SOR, jogue os jogos feitos em Openbor, ou o Streets of Rage remake, que é muito melhor do que esse jogo, mesmo sendo não oficial. Aliás, os fãs estão fazendo jogos melhores que os profissionais, e, isso já há algum tempo.


Comprar ou Não Comprar ?

O jogo tem um replay factor muito grande, para se abrir todos os personagens e modos de jogo, você ficará jogando por horas, então, nesse aspecto, ele terá uma vida bastante longa em seu computador.
Assim, se você for um fã da franquia, compre. Se for um jogador casual, eu não aconselho. Se for fã, será uma peça interessante para ter na sua coleção.
Disponível em https://www.gog.com/index.php/game/streets_of_rage_4
Preço: R$92,49 / US$ 24,99



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