Recapitulando, eu escrevi sobre a gênese da Google(1ª parte), como a Google captura e guarda as informações dos seus usuários(2ª parte) e agora, vou discorrer sobre como a Google pode prejudicar: negócios, you tubers, e, o cidadão comum (eu e você).
Como a Google prejudica empresas
Um estudo, parcialmente patrocinado pela Yelp, e conduzido pelos professores Michael Luca, da Harvard Business School e Tim Wu, da Universidade de Columbia, mostrou que a Google, com seu algoritmo de buscas, favorece, principalmente, serviços que ela mesma fornece.
A pesquisa combina testes estatísticos com análises econômicas e jurídicas detalhadas para examinar as ramificações da prática do Google de promover seus próprios serviços de pesquisa especializados, como restaurantes ou médicos locais, às custas de rivais como o Yelp e o TripAdvisor.
O estudo descobriu que os usuários têm 45% mais chances de clicar nos resultados da pesquisa gerados organicamente pelo próprio mecanismo de pesquisa da Google do que em resultados nos quais o Google defende seus próprios serviços, como faz agora.
Isso sugere que, ao alavancar o domínio na busca por promover seu conteúdo interno, o Google está reduzindo o bem-estar social - deixando os consumidores com resultados de menor qualidade e piores correspondências", descobriram os pesquisadores. O estudo “fornece evidências empíricas” de que o Google, favorecendo seus próprios produtos, em alguns casos, prejudica os usuários do Google.
O estudo foi apresentado como prova no processo antitruste promovido pelas autoridades reguladoras da União Europeia.
A diretora antitruste da UE, Margrethe Vestager, formalmente acusou a Google em abril de 2015, por desviar os resultados para favorecer seu serviço de comparação de preços, aumentando a investigação de cinco anos. A questão é se o Google usa sua parcela de 90% de buscas on-line na Europa para espremer rivais em mercados relacionados nos quais também compete.
E, este processo, que já se arrasta há mais de 5 anos, em março de 2019, a Google propôs mudar seu modo de exibição de resultados, de forma a favorecer melhor seus concorrentes.
Abaixo está uma tela de resultados de 2013, onde os resultados dos concorrentes quase não aparecem.
A pesquisa combina testes estatísticos com análises econômicas e jurídicas detalhadas para examinar as ramificações da prática do Google de promover seus próprios serviços de pesquisa especializados, como restaurantes ou médicos locais, às custas de rivais como o Yelp e o TripAdvisor.
O estudo descobriu que os usuários têm 45% mais chances de clicar nos resultados da pesquisa gerados organicamente pelo próprio mecanismo de pesquisa da Google do que em resultados nos quais o Google defende seus próprios serviços, como faz agora.
Isso sugere que, ao alavancar o domínio na busca por promover seu conteúdo interno, o Google está reduzindo o bem-estar social - deixando os consumidores com resultados de menor qualidade e piores correspondências", descobriram os pesquisadores. O estudo “fornece evidências empíricas” de que o Google, favorecendo seus próprios produtos, em alguns casos, prejudica os usuários do Google.
O estudo foi apresentado como prova no processo antitruste promovido pelas autoridades reguladoras da União Europeia.
A diretora antitruste da UE, Margrethe Vestager, formalmente acusou a Google em abril de 2015, por desviar os resultados para favorecer seu serviço de comparação de preços, aumentando a investigação de cinco anos. A questão é se o Google usa sua parcela de 90% de buscas on-line na Europa para espremer rivais em mercados relacionados nos quais também compete.
E, este processo, que já se arrasta há mais de 5 anos, em março de 2019, a Google propôs mudar seu modo de exibição de resultados, de forma a favorecer melhor seus concorrentes.
Abaixo está uma tela de resultados de 2013, onde os resultados dos concorrentes quase não aparecem.
E, para apaziguar os reguladores da União Europeia, depois de todo esse tempo, a Google propôs mudar o formato dos resultados para os da figura seguinte
A mais recente proposta de links rivais, que foi divulgada por vários meios de comunicação, ainda recebe uma porcentagem ligeiramente melhor, mas em última análise marginal de cliques (cerca de 5%), enquanto a captura de tráfego da web aumentou aproximadamente 20% desde a proposta original. cinco anos atrás. Sete em cada dez cliques vão para o Google (em comparação com cerca de cinco em dez cliques das propostas de 2013 e 2014). Essas tendências são consistentes com outras evidências empíricas mostrando que o Google está comendo mais e mais da web para direcionar o tráfego para si mesma.
Como a Google prejudica You Tubers
Como escrevi aqui, a Google, que controla o You Tube, começou, já há algum tempo a atacar canais pequenos, de forma a destruí-los mesmo. A Google ou aplica censura, ou age de forma a que não haja conhecimento sobre updates dos canais e não os coloca na primeira página (canais sugeridos), diminuindo sua visibilidade.
Essa postura, que já vinha se manifestando desde 2012, chegou ao auge em 2017. Basicamente, o You Tube se tornou mais um canal de TV, e, diversos canais, cujo conteúdo não é atraente para patrocinadores, começaram a ser sabotados (alguns sutilmente, outros não).
E, tudo em nome do combate ao extremismo no You Tube…
YouTube lançou uma campanha de censura em massa que, de maneira enganosa, chamou a repressão ao “conteúdo extremista”. Na verdade, descobriu-se que o YouTube censura vídeos de organizações de notícias respeitáveis, ativistas anti-guerra e jornalistas independentes.
Várias contas, como as da Airwars, Bellingcat, Middle East Eye e Orient News, tiveram os vídeos removidos ou suspensos como resultado de vídeos passados considerados “extremos” pelo aprendizado de máquina do YouTube.
Essa postura, que já vinha se manifestando desde 2012, chegou ao auge em 2017. Basicamente, o You Tube se tornou mais um canal de TV, e, diversos canais, cujo conteúdo não é atraente para patrocinadores, começaram a ser sabotados (alguns sutilmente, outros não).
E, tudo em nome do combate ao extremismo no You Tube…
YouTube lançou uma campanha de censura em massa que, de maneira enganosa, chamou a repressão ao “conteúdo extremista”. Na verdade, descobriu-se que o YouTube censura vídeos de organizações de notícias respeitáveis, ativistas anti-guerra e jornalistas independentes.
Várias contas, como as da Airwars, Bellingcat, Middle East Eye e Orient News, tiveram os vídeos removidos ou suspensos como resultado de vídeos passados considerados “extremos” pelo aprendizado de máquina do YouTube.
YouTube encerrou o canal da Agência de Notícias Árabe Síria (SANA)
Além de trabalhar com robôs, o YouTube está trabalhando com organizações de orientação perigosa bem conhecidas que ajudam a censurar vídeos do YouTube. Essas organizações incluem o grupo extremista / supremacista religioso ADL, o grupo radical liberal, anti-cristão No Hate Speech e o Instituto Orwelliano para Diálogo Estratégico, sediado em Londres.
E, quanto à sua política de copyright, o YouTube tem enfrentado uma reação constante negativa por parte de diversos setores. O vídeo YouTube Rewind 2018 da empresa disparou para ser o vídeo mais detestado de todos os tempos.
Vários criadores de conteúdo na plataforma se manifestaram contra o sistema de reivindicações de direitos autorais da empresa. Nos últimos anos, as grandes corporações receberam o poder de, sozinhas, destruir pequenos canais. Eles podem marcar vídeos como infratores de seus direitos autorais, e o YouTube oferece pouco ou nenhum suporte para os criadores de conteúdo, mesmo que eles estejam certos.
Para tornar as coisas piores ainda, em Julho de 2018, o You Tube anunciou um programa de incentivo a fontes confiáveis de informação e seus canais, no You Tube, como forma de afastar teóricos da conspiração e vídeos falsos. Essa iniciativa, chamada de Google News initiative, foi o motivo para doar US $ 25 milhões em subsídios para redações que estão investindo em recursos de vídeo on-line. Isso é uma quantia pequena para a empresa multibilionária, mas os executivos do YouTube dizem que ela pode crescer com o tempo. O financiamento é parte de um fundo de US $ 300 milhões para o fortalecimento e o levantamento de jornalismo de qualidade, anunciado pela Google em março. A esperança é que esse financiamento ajude as organizações de notícias a construírem operações de vídeo mais robustas para competir com os amadores que gostariam de “enganar” seu público. Ou seja, menos espaço para os menores e maior proliferação da velha mídia (rede Globo e afins), numa plataforma que deveria primar por novas formas de expressão, teremos as mesmas velhas estórias contadas sempre pelas mesmas fontes.
O YouTube também às vezes concorda com as exigências de censura de governos estrangeiros. Mais recentemente, em troca de derrubar uma proibição de três anos no YouTube no Paquistão, concordou em permitir que o governo do Paquistão determine quais vídeos se pode e não se pode postar.
Uma coisa há de ser dita aqui, por mais dolorosa que seja, é que o You Tube não é o local para livre expressão (free speech). É mais um canalzão de TV que tem que vender sabão em pó, e não dar voz a todos os setores da sociedade(o que seria maravilhoso).
Como a Google prejudica seus usuários (censura buscas e resultados)
Censura no Autocompletar
Há uma lista de palavras e frases excluídas do recurso de preenchimento automático na barra de pesquisa do Google. A barra de pesquisa sugere instantaneamente várias opções de pesquisa quando você digita palavras como "democracia" ou "melancia", mas congela quando você digita palavrões e, às vezes, fica congelada quando as pessoas digitam palavras como "torrent", "bissexual". e "pênis". Neste momento, está congelando quando eu digito "clitóris". A lista negra de autocompletar também pode ser usada para proteger ou desacreditar candidatos políticos. Como relatado recentemente, no momento o autocomplete mostra "Ted" (para o ex-candidato presidencial do Partido Republicano Ted Cruz) quando você digita "mentir", mas não mostra "Hillary" quando você digita "crooked" - nem mesmo, no meu computador, de qualquer maneira, quando você digita "crooked hill". (Os apelidos de Clinton e Cruz são inventados por Donald Trump, é claro). Se você adicionar o "a", então você tem "crooked hilla", você recebe uma sugestão muito estranha: "Crooked Hillary Bernie". Quando você digita "crooked" no Bing, "Crooked Hillary" aparece instantaneamente. A lista de termos proibidos do Google varia de acordo com a região e o indivíduo, portanto, o "clitóris" pode funcionar para você.
Conta do Google deletada
Há alguns anos, o Google consolidou vários de seus produtos - Gmail, Google Docs, Google+, YouTube, Google Wallet e outros - para que você possa acessar todos eles por meio de sua conta do Google. Se, de alguma forma, você violar o contrato de termos de serviço vago e intimidador do Google, você participará da lista cada vez maior de pessoas que estão excluídas de suas contas, o que significa que perderá acesso a todos esses produtos interconectados. Como praticamente ninguém lê esse longo acordo, cheio de legalês, no entanto, as pessoas ficam chocadas quando são excluídas, em parte porque o Google se reserva o direito de "parar de fornecer Serviços para você ... a qualquer momento". E como o Google, uma das maiores e mais ricas empresas do mundo, não possui departamento de atendimento ao cliente, a reintegração pode ser difícil. (No entanto, considerando que todos esses serviços coletam informações pessoais sobre você para vender aos anunciantes, a perda da conta do Google pode ser considerada por alguns como uma bênção disfarçada.)
Censura nos resultados de buscas
O onipresente mecanismo de busca do Google tornou-se a porta de entrada para praticamente todas as informações, lidando com 90% das pesquisas na maioria dos países. Ele domina a pesquisa porque seu índice é enorme: o Google indexa mais de 45 bilhões de páginas da Web; seu concorrente mais próximo, o Bing, da Microsoft, indexa apenas 14 bilhões, o que ajuda a explicar a baixa qualidade dos resultados de pesquisa do Bing.
O domínio do Google nas buscas é por que empresas grandes e pequenas vivem em constante "medo do Google", como explicou Mathias Dopfner, CEO da Axel Springer, o maior conglomerado editorial da Europa, em uma carta aberta a Eric Schmidt em 2014. Segundo Dopfner Quando o Google fez um de seus ajustes frequentes em seu algoritmo de busca, uma de suas subsidiárias caiu drasticamente nos rankings de busca e perdeu 70% de seu tráfego em poucos dias. Ainda pior do que os caprichos dos ajustes, no entanto, são as terríveis consequências que se seguem quando os funcionários do Google concluem que você violou suas "diretrizes": você é banido para a região raramente visitada de páginas de pesquisa além da primeira página (90% das todos os cliques vão para links nessa primeira página) ou completamente removidos do índice. Em 2011, o Google adotou uma "ação manual" de natureza "corretiva" contra o varejista JC Penney - punição pelo alegado uso de uma técnica legal de SEO chamada "link building" que muitas empresas empregam para tentar aumentar seus rankings nos resultados de busca do Google. Penney foi rebaixado 60 posições ou mais no ranking.
Então, por conta de alterações no algoritmo, empresas podem perder dramaticamente sua visibilidade na pesquisa da Google, e, para muitas, pode significar morte prematura.
A lista de quarentena
Existem diversas listas de sites em quarentena pelo mundo afora, listas estas que colocam sites maliciosos ou ilegítimos e são tornadas públicas. Caso você ache que seu IP está em alguma lista negra, pode checar por este site: http://blacklistalert.org/
Porém, em 2007, a Google criou a maior e melhor lista de sites em quarentena que há. Como a Google está rastreando a web mais amplamente do que qualquer outro, ela também está na melhor posição para encontrar sites maliciosos. Em 2012, o Google reconheceu que todos os dias adiciona cerca de 9.500 novos sites à sua lista de quarentena e exibe avisos de malware nas respostas que dá a entre 12 e 14 milhões de consultas de pesquisa. Ela não revela o número exato de sites na lista, mas certamente está na casa dos milhões em um determinado dia.
E, os sites que estão na lista, quando aparecem nos resultados de pesquisa, são automaticamente bloqueados ao acesso, pelos navegadores web.
Censura nos resultados de buscas
O onipresente mecanismo de busca do Google tornou-se a porta de entrada para praticamente todas as informações, lidando com 90% das pesquisas na maioria dos países. Ele domina a pesquisa porque seu índice é enorme: o Google indexa mais de 45 bilhões de páginas da Web; seu concorrente mais próximo, o Bing, da Microsoft, indexa apenas 14 bilhões, o que ajuda a explicar a baixa qualidade dos resultados de pesquisa do Bing.
O domínio do Google nas buscas é por que empresas grandes e pequenas vivem em constante "medo do Google", como explicou Mathias Dopfner, CEO da Axel Springer, o maior conglomerado editorial da Europa, em uma carta aberta a Eric Schmidt em 2014. Segundo Dopfner Quando o Google fez um de seus ajustes frequentes em seu algoritmo de busca, uma de suas subsidiárias caiu drasticamente nos rankings de busca e perdeu 70% de seu tráfego em poucos dias. Ainda pior do que os caprichos dos ajustes, no entanto, são as terríveis consequências que se seguem quando os funcionários do Google concluem que você violou suas "diretrizes": você é banido para a região raramente visitada de páginas de pesquisa além da primeira página (90% das todos os cliques vão para links nessa primeira página) ou completamente removidos do índice. Em 2011, o Google adotou uma "ação manual" de natureza "corretiva" contra o varejista JC Penney - punição pelo alegado uso de uma técnica legal de SEO chamada "link building" que muitas empresas empregam para tentar aumentar seus rankings nos resultados de busca do Google. Penney foi rebaixado 60 posições ou mais no ranking.
Então, por conta de alterações no algoritmo, empresas podem perder dramaticamente sua visibilidade na pesquisa da Google, e, para muitas, pode significar morte prematura.
A lista de quarentena
Existem diversas listas de sites em quarentena pelo mundo afora, listas estas que colocam sites maliciosos ou ilegítimos e são tornadas públicas. Caso você ache que seu IP está em alguma lista negra, pode checar por este site: http://blacklistalert.org/
Porém, em 2007, a Google criou a maior e melhor lista de sites em quarentena que há. Como a Google está rastreando a web mais amplamente do que qualquer outro, ela também está na melhor posição para encontrar sites maliciosos. Em 2012, o Google reconheceu que todos os dias adiciona cerca de 9.500 novos sites à sua lista de quarentena e exibe avisos de malware nas respostas que dá a entre 12 e 14 milhões de consultas de pesquisa. Ela não revela o número exato de sites na lista, mas certamente está na casa dos milhões em um determinado dia.
E, os sites que estão na lista, quando aparecem nos resultados de pesquisa, são automaticamente bloqueados ao acesso, pelos navegadores web.
Tela comum de aviso de site malicioso, que aparece no Firefox e é baseada na lista negra da Google
Porém, não são apenas os sites ditos “maliciosos” que são bloqueados. Muitas vezes sites(e domínios) legítimos são prejudicados pelas políticas “ocultas” da Google.
Em 2011, a Google bloqueou um subdomínio inteiro, co.cc, que continha 11 milhões de sites, justificando sua ação alegando que a maioria dos sites desse domínio parecia ser "spam". De acordo com Matt Cutts, ainda líder da equipe de spam da Google, a empresa "reserva-se o direito" de tomar essa medida quando julgar necessário. (Direito? Quem deu a Google este direito?)
Conclusões
“Todo o poder corrompe, e, poder absoluto, corrompe absolutamente” - Lord Acton.
Assim, vemos que o poder demasiado concentrado na Google não é bom, não é democrático e nem justo. E, que ela usa deste poder de forma imprevisível. Mas, ainda veremos alternativas a como proceder para driblar a onipresente Google, no próximo mês.
Um abração e até lá,
Assim, vemos que o poder demasiado concentrado na Google não é bom, não é democrático e nem justo. E, que ela usa deste poder de forma imprevisível. Mas, ainda veremos alternativas a como proceder para driblar a onipresente Google, no próximo mês.
Um abração e até lá,
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