sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sobre Perus, Águias e Plataformas em Chamas...



Passado algum tempo depois da fatídica sexta-feira, 11 de fevereiro, podemos olhar o acordo MS/Nokia de uma perspectiva melhor.
E, tirar melhores conclusões sobre ele.
Na verdade, os atos tresloucados da diretoria atual da Nokia, no final das contas, fazem muito sentido. Nós só não sabíamos de toda a história. E, jamais saberemos, é claro. Mas, com o pouco que veio à tona, podemos fazer uma imagem melhor dos diversos envolvidos.

Elop: Não demorou muito para vir a público que ele é o 7o maior acionista da Microsoft. E, seus atos na presidência da Nokia são muito eloquentes neste sentido. Fazer coisas como o “Memorando da Plataforma em Chamas”, que se pensava ser falso, é uma ofensa a toda a cultura da Nokia, e, a partir daí, as ações da empresa começaram a cair.
Na presidência da Nokia, ele age como um funcionário da Microsoft, ajudando uma empresa em detrimento da outra. Este tipo de conflito de interesses é algo que mereceria um escrutínio mais aprofundado, afinal, tais atitudes se enquadram perfeitamente como crimes de colarinho branco.

Conselho de acionistas da Nokia: Interessante saber que diversos grandes acionistas da Microsoft também tem muitas ações da Nokia. E, que eles escolheram sacrificar a Nokia agora, na tentativa de fazer a Microsoft melhorar no mercado. A manobra não adiantou, já que as ações da Nokia caíram 25% desde o anúncio do acordo, enquanto as da Microsoft continuam em baixa. As ações da Google, por outro lado, subiram 8% quando o acordo foi anunciado.

Symbian: Muito se fala, que o setor responsável pelo Symbian cresceu tanto em importância e poder político dentro da Nokia, que começou a engessar a habilidade da empresa em tomar decisões rápidas e ser ágil, e, obviamente, agiu para se auto proteger. O acordo com a Microsoft seria uma resposta ao grupo Symbian, terminando seus dias de influência dentro da Nokia.

Nokia: A Nokia, como empresa, não poderia ter tomado uma decisão pior. Num momento em que o hardware está se comoditizando, que os grandes lucros estão vindo de software e serviços, a Nokia joga fora a sua chance de poder controlar o seu destino, e, ter influencia em serviços(Ovistore – Mapas) e AppStores, para se tornar mais uma fabricante OEM da Microsoft. E, vai acontecer o que aconteceu no mercado de microcomputadores pessoais, onde o hardware foi uma grande fonte de renda apenas no início, com diversas marcas e diversos fabricantes. Quando o PC da IBM se tornou um padrão de indústria, apenas a Microsoft passou a lucrar alto com ele. O resto, fabricantes, OEM's e etc., foram ficando com margens cada vez mais apertadas.
E o que é pior: desde o anúncio do acordo, as ações da Nokia estão em queda livre, e, a empresa perdeu algo em torno de 11 bilhões de dólares em valor de mercado.

Sobre a Nokia, esperem ela se tornar muito mais agressiva contra os fabricantes de celulares que utilizarem o Android(processos de patentes), visto que tanto Elop quanto Horacio Gutierrez(Microsoft) afirmaram que vão proteger a propriedade intelectual conjunta das duas empresas.

Steve Ballmer: Este grande “estrategista”, CEO da Microsoft, tentou com esta manobra, salvar sua cadeira. Um plano muito bom, não fossem os concorrentes Google e Apple. Com esta manobra, praticamente, Ballmer transformou a Nokia em mais uma subsidiária da Microsoft, por 0 US$.
E, não é nada de novo. Ele já fez assim com o Yahoo, onde implantou Carol Bartz, e, o resultado todo mundo viu: Yahoo, de segunda empresa mais importante em buscas da internet, se tornou um nada, apenas uma casca vazia. E, esperem que aconteça com a Nokia o que já aconteceu com o Yahoo: encerramento de projetos, demissões em massa, extinção de setores.
Claro que tudo pode ser algum plano secreto de Steve Ballmer, ir desvalorizando a Nokia, até poder comprá-la por ninharia.

Intel: A Intel precisava desesperadamente da Nokia, tanto que uniu forças, criando o Meego, que era parte sua criação(Moblin) e parte o Maemo(Nokia)
Intel perde feio nos cenários de processadores embarcados e móveis, sempre atrás da ARM, que produz processadores RISC muito menores, eficientes em gasto de energia e dissipação de calor, sem perder potencia de processamento.
Na área embarcada/móvel, a Intel ainda tenta emplacar sua plataforma Atom, sem muito sucesso.
Agora sem a Nokia, Intel fica a deriva, procurando algum outro fabricante que se interesse por seu sistema Meego.

Qt: O pessoal da Qt, apesar de muito otimistas, estão suma situação delicada: Como o Symbian, oficialmente foi anunciado como uma plataforma em vias de extinção, o desenvolvimento futuro do framework Qt está ameaçado. Pelos planos de Elop, eles planejam vender mais 150 milhões de unidades com Symbian nos próximos dois anos e depois encerrar as atividades. E o que vai ser do Qt então ? Por ser um framework muito bom, Elop jamais iria deixá-lo sair do seu controle, afinal, iria concorrer com a plataforma windows da Microsoft. O mais certo é que ele faça como a Oracle fez com o OpenSolaris: Foi deixando-o morrer aos poucos, até encerrar seu desenvolvimento.
Por isso, urge forkar o Qt. Pelo bem do KDE, e, de tantos grandes programas escritos sobre a Qt.

Microsoft: Foi a única vencedora nesse acordo. Precisava desesperadamente que algum fabricante de peso “pegasse” a sua plataforma WP7, já que desde seu lançamento, o interesse por ela foi próximo de nenhum. E, conseguiu, simplesmente a maior fabricante mundial de celulares.
Com seu “funcionário” Elop na direção da Nokia, a Microsoft pode se aproximar de muitas patentes em telefonia móvel, e, com seus atos desastrados no leme da Nokia, o valor da empresa tende a diminuir cada vez mais.
A Microsoft consegue não só um fabricante para seu sistema abacaxi, como de quebra ainda poderá comprar uma Nokia quase falida, bem barato até.
Não é segredo que a Microsoft conseguiu este acordo a peso de ouro, pagou muito para a Nokia para que esta entrasse de cabeça no sistema operacional WP7, mas, mesmo com as “vantagens” para Nokia(economizar muito com cortes em R&D), estes atos não melhoraram as ações da Microsoft, que, anda torrando bilhões em suas aventuras desastradas on line(Bing, Xbox Live e agora WP7). Mas, a fonte de dinheiro da Microsoft é finita, e, eles já estão pedindo alguns bilhões de dólares emprestado. Claro que é coisa que não é muito noticiada, para que a empresa não tenha sua imagem de gigante da TI estragada.

Ninguém pode saber, no entanto, o que vai acontecer. Talvez a Nokia tenha sucesso com o celular movido a Meego que eles estão para lançar este ano. Quem sabe ele pode até atrair atenção novamente ao Meego e dar um novo sopro de vida à plataforma na Nokia. Talvez tenha sucesso até vendendo os celulares WP7. Talvez a Microsoft se endivide demais e venha a falir.

Tudo pode acontecer, mas, parafraseando Vic Gundotra, da Google, dois perus não fazem uma águia. E é isso que Nokia + Microsoft são hoje, duas metades, tentando fazer desesperadamente um inteiro.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sobre a Nokia descendo a ladeira com a Microsoft



Oh, rapaz, como eu queria escrever algo sobre essa farsa.
Bem, vamos começar a enumerar as questões:

1-Onde estavam as cabeças dos acionistas da Nokia, quando trouxeram  a bordo o Elop?
2-O homem é um burocrata, ele não é um tecnocrata. Quero dizer, ele vai fazer o que os burocratas fazem: cortar custos e demitir.
3-Nokia precisa de um visionário, não um burocrata. Eles precisam de um Jobs, e não outro Ron Hovsepian. E  coisas Hovsepianas é o que  Elop vai fazer.
4-Oh, não, o cara diz que está de pé sobre uma plataforma em chamas e, em seguida, ele tenta apagar fogo com gasolina ... Isso é incrível.
5-A Nokia tem vários anos de desenvolvimento com Symbian e uma quantidade razoável de tempo desenvolvendo o Meego. Eles atravessaram todo o caminho do mar, e, quando eles estão prestes a chegar à costa, o "CEO", diz: Não, vamos voltar atrás e esquecer tudo o que fizemos até agora. Jesus Misericordioso, que idiota.
6-E então, ele fala sobre os ecossistemas, dizendo que as tentativas da Nokia não produziram resultados. Ok, eu vou conceder essa pra ele, vamos dizer que seria verdade (não é). Bem, o que o Einstein faz então? Escolhe uma plataforma com NENHUM ECOSSISTEMA. Oh, rapaz, você tem certeza que esse cara não está sofrendo de privação de realidade?
7-Em seguida, faz todo o barulho que a Nokia está em apuros. Não está. Na verdade, a M $ está com mais problemas do que a Nokia. O fato é, a Nokia sofre porque é grande. O que é mais fácil de se movimentar? Um elefante ou uma formiga? O tamanho gigantesco da Nokia, é problema deles, eles não podem se mover rápido o suficiente, e não conseguem responder à velocidade da Apple, já que a Apple tem apenas Hypefone para cuidar, e nem a velocidade da Google, já que a Google só faz o sistema operacional, e não precisa se preocupar com o hardware.
8- Então, eu digo: Escolhendo WMP7 ao invés  das  próprias criações da Nokia vai ser um fracasso,  é apenas trocar o seis por meia dúzia. O problema da Nokia não é o sistema operacional móvel, é o seu tamanho e, se eles não fizerem algo a respeito, nem mesmo Einstein juntamente com, digamos, Alan Touring, pode salvá-los.

Digamos que a Nokia de hoje é como IBM dos anos 70. A IBM não podia competir com o crescente mercado de computadores domésticos. Em seguida, eles contrataram M $ para fazer seu sistema operacional. Bem, o resto dessa história todo mundo conhece: IBM quase foi por água abaixo, e M $ tornou-se um gigante poderoso, que ainda prejudica a TI até hoje. Parece que pessoal da Nokia não aprendeu com a história.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Como Montar Um Servidor Caseiro de FTP - Parte 1


O interesse crescente por troca de arquivos nos leva a abordar o assunto servidor de FTP.
Atualmente, com todas as restrições que o filesharing está tendo, com processos de gravadoras, distribuidoras e até provedores de internet cancelando o serviço, montar um servidor caseiro de FTP para trocar arquivos com os amigos é quase uma necessidade. A vantagem? É uma conexão não promíscua, e, terá alto grau de confiança, já que apenas peers conhecidos estarão conectados. Mas, primeiro, um pouco de teoria.

FTP(File Transfer Protocol)
File Transfer Protocol (FTP) é um protocolo de rede padrão usado para copiar um arquivo de um host para outro através de uma rede baseada no protocolo TCP / IP, tal como a Internet. FTP é construído sobre uma arquitetura cliente-servidor e utiliza conexões de dados e controle separadas entre o cliente e o servidor. A conexão de controle fica na porta 21 e a conexão de dados na porta 20, ambas no lado do servidor. No lado do cliente as coisas mudam um pouco.
Usuários FTP podem autenticar-se através de username e senha, mas podem logar-se anonimamente também, se o servidor estiver configurado para permitir isso.

FTP Passivo e Ativo
Existem dois modos de FTP: Ativo e Passivo. Segue uma explanação de como eles funcionam

FTP Ativo
No FTP em modo ativo, o cliente se conecta a partir de uma porta não privilegiada aleatória (N> 1023) para a porta de comando do servidor FTP, a porta 21. Então, o cliente começa a escutar a porta N +1 e envia o comando FTP PORT N +1 para o servidor FTP. O servidor irá então se conectar de volta para a porta de dados  especificada pelo cliente  a partir da porta de dados local, que é a porta 20.

Do ponto de vista do firewall do lado do servidor, para suportar o modo FTP ativo, os seguintes canais de comunicação precisam ser abertas:

  • porta 21 do servidor FTP a partir de qualquer lugar (o cliente inicia a conexão)
  • A porta 21 do servidor FTP para portas > 1023 (o servidor responde à porta de controle do cliente)
  • A porta do servidor FTP 20 a portas> 1023 (Server inicia conexão de dados para a porta de dados do cliente)
  • porta do servidor FTP a partir de 20 portas> 1023 (O cliente envia ACKs para a porta do servidor de dados)
No diagrama abaixo, segue o esquema de como se opera a conexão entre cliente e servidor de FTP no modo ativo

FTP Passivo
No modo passivo, o cliente também abre a conexão contatando a porta 21 do servidor, entretanto, ao invés de iniciar a conexão imediatamente, o servidor responde avisando que o cliente pode contatá-lo numa segunda porta, escolhida aleatóriamente (a 2024, por exemplo). O cliente inicia, então, uma nova conexão na porta especificada e o servidor responde
enviando os dados.
Esta porta fica reservada ao cliente durante o tempo que durar a transferência. Em teoria, isto seria um limite ao número de clientes que poderiam se conectar simultaneamente, mas, na prática, seriam necessárias mais de 64.000 conexões simultâneas ao mesmo servidor FTP
para esgotar as portas disponíveis.

Do ponto de vista do firewall do lado do servidor, para suportar o modo passivo FTP seguintes canais de comunicação precisam ser abertos:

  • porta 21 do servidor FTP a partir de qualquer lugar (o cliente inicia a conexão)
  • A porta 21 do servidor FTP para portas> 1023 (o servidor responde à porta de controle do cliente)
  • portas servidor FTP> 1023 a partir de qualquer lugar (o cliente inicia conexão de dados com a porta aleatória especificada pelo servidor)
  • portas servidor FTP> 1023 para portas remotas> 1023 (o servidor envia ACKs (e dados) para a porta de dados do cliente)
No diagrama abaixo, segue o esquema de como se opera a conexão entre cliente e servidor de FTP no modo ativo
Dessa forma, no modo passivo, quem determina quais portas serão usadas pelos dados a serem transferidos é o servidor, e não o cliente, como no modo ativo.

Desvantagens do Modo Ativo

O principal problema do modo ativo é que, como a requisição de portas é feita no cliente, torna-se problemático para o firewall/NAT/Router lidar com as requisições do cliente.
No modo passivo, uma vez que é o servidor que determina quais portas vai usar, fica mais fácil de configurar toda a estrutura de firewall/NAT/Router.

Servidor Caseiro de FTP - Considerações
Para implementarmos com sucesso um servidor caseiro de FTP precisamos levar em conta qual será a estrutura que vamos ter.
Nosso servidor vai estar localizado numa máquina, atrás de um modem/router, numa rede local interna e se comunicando com o mundo através desse modem/router.
Como os provedores de internet bloqueiam as portas baixas, < 1024, teremos que configurar um NAT no modem/router para que os computadores externos possam acessar a porta de controle do FTP (21) e as portas de dados.
O modo ativo é bom o bastante para redes locais, principalmente atrás de um firewall/router, pois a utilização de portas aleatórias pelo cliente não vai prejudicar a conexão.
Mas, para conexões através da internet, será necessário usar o modo passivo, muito mais configurável.
E é claro, vamos precisar também de um programa servidor de FTP, para podermos realizar as ações de transferência de arquivos.
Bem, depois dessa breve introdução, da teoria sobre o que é FTP, vamos abordar como montar o servidor e todas as configurações necessárias para seu bom funcionamento.

Continua na parte 2

Como Montar Um Servidor Caseiro de FTP - Parte 2

Continuado da parte 1

Vamos precisar de um programa servidor de FTP. Escolhi o ProFTPD por ser um robusto servidor de FTP no Linux. E, facilmente configurável.
Para agilizar o processo, resolvi usar um front end gráfico para o ProFTPD, o GADMIN-PROFTPD.

Os Passos para configurar o servidor FTP caseiro:
  1. Instalar o GADMIN-PROFTPD.
  2. Configurar o Modem/Router para fazer o NAT para o FTP
  3. Configurar o GADMIN-PROFTPD.
  4. Começar a trocar arquivos.

1a. Baixar o pacote Gadmin-ProftpD para a sua distro aqui
1b. Instalar o pacote dpkg -i ou rpm -i pacote (dependendo da sua distro. Ou se tiver nos repositórios, melhor ainda)

O GADMIN-PROFTPD instala o ProftpD automaticamente.

2a. Acessar o seu modem/router e configurar  Advanced Port Forwarding Rules.
2b. É necessário configurar as regras de nat do modem/router para que as requisições de FTP externas possam alcançar o servidor de FTP na rede interna.
2c. No exemplo da figura abaixo,  configurei como porta externa de FTP a 2121, já que os provedores de internet bloqueiam as portas baixas (menores que 1024).
2d. E, fiz com que as requisições para as portas de dados do servidor (65524-65534) cheguem o servidor de FTP. Essas portas de dados serão definidas no servidor de FTP ProftpD, no modo passivo, e, serão passadas para o cliente.
2e. Observar que o item descrito em vermelho é o endereço IP interno onde o servidor de FTP vai estar.


3a. Configurar o servidor ProftpD.
3b. Observe a figura abaixo, você deverá:
  • Informar o IP externo de seu modem/roteador (onde está indicado em vermelho external IP here)
  • Marque configure NAT routing: ON
  • Agora vem a configuração do intervalo das portas para o FTP passivo. Eu coloquei em 65524-65534
  • As outras opções podem ficar iguais as da figura.
  • Configure para modo binário de transferência de arquivos.

  • Agora, continue a configurar o ProftpD. 
  • Default home directory pode ser /var/ftp/click_here
  • Agora, item importante: Download speed e upload speed. Esses dois valores é que vão determinar a velocidade dos seus downloads/uploads. Recomendo deixar em 1/3 do valor da largura de banda nominal, para dar folga para outros tráfegos.
  • Allow resume of broken downloads and uploads marcar ON
  •  Agora, clicar na aba Users
  • Adicionar um usuário(ou mais de um, se você quiser trocar arquivos com mais de um amigo ao mesmo tempo)
  • Indique como shell: /bin/null, para que o usuário de FTP não possa dar comandos no seu sistema, apenas os comandos de FTP.
  • Crie uma senha para esse usuário de FTP.
  • Marque as permissões que esse usuário vai ter: eu marco: list, upload, download, append, make dir. E não deixo o usuário sair do seu diretório de FTP (no up dir)
  • Passe a senha para o seu amigo
  • Clique em Activate para startar o serviço
  • Clique na aba Transfers para monitorar as transferências.
Tanto os arquivos que você for receber quanto os arquivos que você for enviar, deverão estar na pasta /var/ftp/click_here

Lembre-se que as transmissões de FTP não são criptografadas. Assim, tanto senhas como logins podem ser interceptadas através da rede. Uma boa política é mudar os usuários e senhas de FTP a cada nova sessão, mudar a porta de controle no modem/router, e, só ativar o serviço de FTP quando for transferir seus arquivos(upload/download).

Boas transferências!

Para saber mais: http://slacksite.com/other/ftp.html

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Kinect e Linux - Minority Report na vida real

Nós só vimos isso(até agora) em filmes, especialmente Minority Report, com Tom Cruise. Mas, os talentosos programadores da comunidade Floss já arranjaram uma utilidade para o caro acessório Kinect: Ser um receptor para controle multitouch no ar, sem touchpad ou nenhum outro acessório mais.

Aqui, veja o original de Tom Cruise



E agora, o demo do Kinect Multitouch no Ubuntu


Na tela pequena à esquerda, vê se a imagem do operador sendo rastreada, e, o resto da tela são as suas ações acontecendo em tempo real.
Para conseguir esse efeito sensacional, a interface usa o framework TISCH(Tangible Interactive Surfaces for Collaboration between Humans), que teve uma versão lançada recentemente (14/11/2010) com suporte ao Kinect.

Instalação
Sim você pode instalar este framework através da seguinte PPA:

sudo apt-add-repository ppa:floe/libtisch

sudo apt-get update && sudo apt-get install libtisch libtisch-dev libtisch-csharp libtisch-java libtisch-python


Post original de OMGUbuntu.co.uk AQUI

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Bem Vindo ao mundo de Auteria! - Novo MMORPG p/ Linux

O mundo da Auteria é o cenário para este MMORPG com uma grande variedade de paisagens, desde  selvas a desertos, montanhas, cavernas, vilas e cidades.
Embora provavelmente você vá concordar que este é um cenário bastante comum para um MMORPG mesmo no Linux, que tem uma escolha mais limitada do que outras plataformas, têm algumas coisas que fazem Auteria se destacar das demais alternativas e este review vai explorar os aspectos únicos de Auteria.

O enredo conta como um rapaz caiu através de um portal mágico para o mundo  de Auteria, onde você se encontra (e, a missão principal é responder à pergunta de onde este pioneiro acidental se encontra)

Auteria está disponível como um binário pré-compilado para você apenas descompactar e executar de imediato - O download não é muito grande também.

A criação de personagens é o primeiro ponto de parada para qualquer novo aventureiro, começando com a escolha do seu sexo,  estilo de cabelo, etnia, etc...  Não há qualquer alteração de stats na tela de criação e todos começam com o mesmo nível de habilidade, deixando para o jogador a forma como suas habilidades se desenvolvem. Assim, seu personagem poderia ser Mago ou Guerreiro, Curador ou Enchanter (ou mesmo uma mistura de todos - ou algo totalmente diferente)

Sua aventura começa em um lugar chamado Hometown, que é um conjunto de cabanas de madeira, em uma praia. Até o nível 20 você será capaz de retornar imediatamente para este local, digitando ".beam " no console, que também vai usar para bater papo com outros personagens (humanos).

O cliente Auteria é muito simples de entender, sua interface clara e intuitiva permite  se familiarizar com o jogo rapidamente. A ajuda está à mão sobre qualquer item apenas passando o cursor do mouse sobre ele.

Auteria lida com o progresso do personagem de uma maneira muito semelhante a Eternal Lands, com você tendo os níveis de habilidade para coisas como o ataque, magia, colheita, culinária, etc, tudo que contribuir para a sua  classificação geral de XP.

Mesmo na pequena área explorada, armaduras e armas parecem muito variadas e podem ser compradas em lojas / revendedores ou descartados aleatoriamente por criaturas durante suas batalhas.

Conclusões

Auteria tem todos os ingredientes de um grande MMORPG. Existem cavernas de visual belíssimo e cidades verdadeiramente pitorescas. Embora  certos lugares pareçam muito impressionantes e exijam um sistema surpreendentemente modesto  para rodar no máximo, há também algumas grandes áreas de espaço aberto que se parecem desertas e pouco povoadas.
Acho que esta característica é a questão principal de Auteria - a falta de jogadores. Um dos elementos mais importantes de um RPG online é a comunidade que o joga. Aqui é onde Auteria cai um pouco e, enquanto não há nenhuma razão para que você não possa desfrutar de Auteria como uma experiência a solo, é o elemento MMORPG que atrai os usuários. Isto  é uma pena, enquanto as pessoas elogiam Planeshift, Eternal Lands & Regnum e outros, este título tem  sido negligenciado. Fundamentalmente, este é um título sólido e acho que poderia ser verdadeiramente grande, a medida que mais pessoas o descubram.

Graficamente, Auteria é impecável. As músicas mudam para se adaptar ao ambiente em que se está jogando e, apesar de serem agradáveis e bem construídas,  são bastante curtas em duração, o que significa que podem tornar-se cansativas rapidamente.

O número de quests parece impressionante. Eu praticamente não deixei a noob area do jogo e já existe uma enorme quantidade de tarefas que irão  mostrar como a mecânica do jogo funciona, e, ensinarão novas habilidades (mas, irá prover os meios para o seu personagem evoluir/subir de níveis).
 Você só pode jogar com uma raça humana e eu sugeriria que talvez outras raças fossem oferecidos no futuro, o que ainda poderia ser inserido no enredo de Auteria.

O jogo é muito fácil de jogar e a gui é muito intuitiva, porém acho que leva muito tempo  para  o seu personagem sair para fora das  áreas noob,  e equipá-lo com algumas armas poderosas. Isso pode deixar muitas pessoas desanimadas, mas para aqueles que não se abaterem com isso, vão  encontrar um jogo imenso e variado, de ótimo gameplay e uma experiência muito gratificante. Há alguns toques muito legais, logo no início do jogo, que dão ao jogador uma visão tentadora do que está por vir. Principalmente, você é levado a um passeio dragão em uma das primeiras missões, onde você pode ver a enorme paisagem  de uma pequena parte do mundo do jogo .

A comunidade que existe em Auteria, embora pequena, parece experiente e útil com jogadores que parecem estar casa, dada a experiência que têm com o jogo. Eles ficam muito contentes em ajudar, um aspecto muito importante de todo o MMORPG que deseja criar uma sólida comunidade.

De mais a mais, este é um grande jogo que precisa desesperadamente da sua ajuda. Se você ainda não experimentou ou está procurando uma mudança, seja  de Eternal Lands, Regnum Online,  etc..., então eu recomendo que você experimente  este título. Você não vai se arrepender.

Site: http://www.auteria.com/index.php


Eu gostaria de agradecer ao Tim, do site Openbytes, que gentilmente permitiu que eu traduzisse e postasse este artigo aqui.  Link para o artigo original

I would like to thank Tim, from Openbytes, who kindly allowed the translation of his original post. Original post here.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Como Conectar o MySQL com o Br Office no Linux


Para podermos combinar o poder do MySQL com a praticidade do Br Office, abrindo uma infinidade de possibilidades no Linux, é necessário conectar o MySQL com o aplicativo de banco de dados do Br Office, o Br Office Base.
Existem diversas formas de conseguir fazer isso, e, irei ilustrar uma forma que funciona efetivamente.

Como ligar o BR Office Base no MySQL - As Formas Existentes

  • É possível conectar o Br Office Base com o MySQL com o JConnector, conector Java
  • Com uma extensão nativa do Br Office, MySQL Connector for OpenOffice.org mas, que funciona apenas com a versão 3.1, não tendo sido atualizado até o momento
  • O Conector ODBC, que foi o que melhor se saiu dos três.
Na verdade, não tive sucesso com o JConnector e a extensão MySQL Connector está desatualizada, e não funcionou com a versão corrente do Br Office(3.2)
Então, vamos ver como fazer a conexão BR Office/MySQL com o conector ODBC.


Conector ODBC

ODBC (acrônimo para Open Data Base Connectivity) é um padrão para acesso a sistemas gerenciadores de bancos de dados. Este padrão define um conjunto de interfaces que permitem o uso de linguagens de programação como Visual Basic, Delphi, Visual C++, entre outras capazes de utilizar estas interfaces, para ter acesso a uma vasta gama de bases de dados distintas sem a necessidade de codificar métodos de acesso especializados.
O ODBC possui uma implementação específica da linguagem SQL com a qual a aplicação pode se comunicar com a base de dados de forma transparente, permitindo, por exemplo, que um mesmo programa possa utilizar simultaneamente o MySQL, o Access e o SQL Server sem a necessidade de mudanças na sua camada de dados. O uso destas interfaces está condicionado à existência de drivers ODBC específicos para as bases de dados que se deseja acessar.


Instalação do Conector ODBC no Linux

Será necessário instalar dois pacotes para poder trabalhar com o conector ODBC no Linux, o pacote unixODBC(versão rpm e versão deb) e o mysql-connector-odbc . Claro que, se estes pacotes já estiverem nos repositórios da sua distribuição favorita, o mais indicado a fazer é um apt-get install pacote ou yum/urpmi -i pacote. Caso não esteja(como aconteceu comigo) a solução é baixar dos links que forneci acima.
  1. Depois de instalados os pacotes, para testar se estão funcionando ok, digite $ odbcinst -j, o que deverá listar as opções correntes de configuração do conector ODBC. Algo como :
    unixODBC 2.2.14
    DRIVERS............: /etc/odbcinst.ini
    SYSTEM DATA SOURCES: /etc/odbc.ini
    USER DATA SOURCES..: /home/user/.odbc.ini
  2. Agora vem a parte importante: Configurar os dois arquivos que vão informar ao Br Office como se comunicar com o MySQL. Os arquivos são odbcinst.ini e odbc.ini e ficam localizados em /etc
    odbcinst.ini - Este arquivo vai apontar onde estão os drivers que farão a conexão com o Br Office. Essa é a instalação que funciona na minha distribuição e instalação. Os nomes das bibliotecas e suas localizações podem ser diferentes, mas, nada que um whereis e um locate não resolvam.
    [MySQL]
    Description = ODBC for MySQL
    Driver = /usr/lib/libmyodbc5.so
    Setup = /usr/lib/libodbcmyS.so.1
    FileUsage = 1
  3. odbc.ini
    [MySQL-Teste] - Poderia ser qualquer nome, este aqui foi usado apenas para ilustrar

    Description = MySQL BD_Teste

    Driver = MySQL

    Server = localhost - Aqui vai o endereço IP do servidor MySQL, neste exemplo está rodando na própria máquina.

    Socket = /var/lib/mysql/mysql.sock - O endereço do socket MySQL tem que ser declarado, ele é que vai fazer a conexão entre o Br Office e o MySQL

    User = username - nome do usuário cadastrado no MySQL, que será usado para o Br Office se logar no MySQL

    Password = senha - senha do usuário cadastrado no MySQL, para o Br Office se logar no MySQL

    Port = 3306 - Essa é a porta padrão do MySQL

    Database = teste - NOTE BEM: Aqui vai o nome do BANCO DE DADOS que está no MySQL e com o qual queremos TRABALHAR. Esse banco de dados foi criado anteriormente, com qualquer outra ferramenta MySQL

    Option = 3

    ReadOnly = No - Para permitir que o Br Office possa inserir dados no banco de dados
  4.  Estes foram os passos no sistema operacional Linux. Agora, os passos no Br Office
  5.  Arquivo de Banco de Dados>> Novo
  6. Clique no botão Conectar-se a um banco de dados MySQL e escolha no menu suspenso. Clique em Next.
  7. Na janela seguinte, você deve aceitar a escolha do padrão de conectar usando ODBC, e clique em Avançar.
  8. Clique em Procurar e selecione criado conexão ([MySQL teste] deve estar na lista em nosso caso) e no próximo.
  9. em seguida, digite avançar, não registrar o arquivo. Salve o arquivo. E, a partir daí, poderá começar a trabalhar com seu banco de dados MySQL dentro do Br Office. 
Considerações Finais
Os passos aqui apresentados funcionam perfeitamente localmente. Para se trabalhar em rede(um servidor MySQL remoto) existem algumas alterações, as quais veremos futuramente. O arquivo odbc.ini pode ficar localizado na /home do usuário padrão, caso se deseje alterar frequentemente a configuração dos bancos de dados sendo acessados. Nesse caso, o arquivo odbc.ini que fica em /etc deve ficar vazio, para que não haja conflito.
Devem ser observados os nomes de duas bibliotecas: libmyodbc e libodbcmyS que mudam, de uma distro para outra no Linux, mas, que fazem a mesma coisa, sendo necessário apenas adaptar o nome para que funcione na sua distro preferida.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Como Resetar a Password de Root no MySQL

Para quem já teve o desprazer de perder sua senha de root no MySQL, ou que ainda vai perdê-la, aqui vai uma dica salvadora da pátria.

Pare ou mate o serviço do MySQL
# killall mysqld ou #service mysqld stop

Inicie o MySQL em safe mode (modo seguro):

# mysqld_safe --skip-grant-tables &

"Entre" usando o cliente do mysql:

# mysql

Acesse o banco do MySQL

> use mysql;

Definindo a nova senha do root do MySQL:

> update user set password = password('digite sua nova senha aqui') where user='root' and host='localhost';

Recarregar os privilégios, digitando:

> flush privileges;

Saia do MySQL:

> quit

Reinice o MySQL em modo normal:

# service mysqld stop

E enfim, vamos iniciar o MySQL com a nova senha de root:

# service mysqld start

E pronto, seu root com senha nova e acesso ao banco de dados novamente.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

As Corporações e Você: Quem é quem no Open source - Parte1

Estamos vivendo momentos cruciais para o Open Source: Oracle está processando a Google por patentes, Apple está lutando contra o Android do jeito que pode, ao mesmo tempo que alardeia que é uma empresa open source(falarei disso a seguir) e, a Microsoft dá declarações à imprensa de seu amor ao open source(hein ? WTF ?).
Diante de todo esse bombardeamento de notícias, factoides e meias verdades, como é que a gente fica no meio dessa encrenca toda ?

Para tentar entender esse imbróglio todo, vou fazer uma breve análise das empresas que trabalham com Open Source, e, comentarei como é seu relacionamento com o mesmo. A lista a seguir não é definitiva e nem abrange todas as companhias.

Pró Open Source
Red Hat: É a empresa que melhor sintetiza os ideais do Free, Libre Open Source no mundo. Tem sua distribuição paga, a Red Hat Enterprise Linux, e, uma distribuição gratuita, Fedora Linux,  focada mais no usuário comum e desktop. Há ainda uma distribuição comunitária gratuita, derivada da RHEL, CentOS, que é uma distribuição focada em servidores, mas, sempre desatualizada em relação à RHEL.
Nunca fez acordos que traíssem a comunidade Linux, não apoia a contaminação, seja do desktop, seja da área de servidores, com stacks alienígenas ao Linux, sendo fiel às quatro liberdades da GPL. E, mesmo sendo a virtualização um dos assuntos mais quentes da informática atualmente, a Red Hat disponibilizou o KVM em open source, depois de adquirir a companhia Qumranet de Israel. Por todas essas, Red Hat ganha o primeiro lugar.
Mandriva Software: Empresa francesa que nasceu da fusão da Mandrake Software com a brasileira Conectiva Informática, fica na segunda posição. Possui as versões free, one (ambas grátis) e a powerpack(paga em regime de assinatura).
A versão Free vem apenas com softwares livres open source, enquanto a versão One vem com um mix de softwares livres e alguns softwares proprietários e a versão Powerpack é a versão paga, que traz diversos softwares exclusivos, como o Cedega(para jogar jogos windows), e uma coleção de codecs proprietários para se ter multímidia out-of-the-box.
No setor de servidores, a Mandriva mantém uma distro enterprise com versões tanto para desktop corporativo quanto para server.
É uma distro madura, tem ferramentas fantásticas (uma delas, o famoso Drakconf) e, possui versões abertas e livres de seus softwares para a comunidade.
Não fechou nenhum acordo sinistro de licenciamento e se mantém fiel aos ideais das 4 liberdades da GPL.

Canonical: A empresa por trás do amado Ubuntu Linux vem na terceira posição.
Canonical Ltd é uma empresa privada fundada (e financiada) pelo empresário sul-Africano Mark Shuttleworth para a promoção de projetos de software livre. Canonical está registado na ilha de Man e emprega funcionários em todo o mundo, juntamente com seus principais escritórios em Londres, o escritório de apoio em Montreal e da equipe de OEM, em Lexington, Massachusetts, E.U.A. e Taipei, Taiwan.
A empresa possui uma linha de produtos em torno da distribuição Ubuntu, que é seu carro chefe. Seus produtos incluem:

  • Ubuntu, distribuição Linux baseada no Debian com desktop GNOME.
  • Kubuntu, distribuição Linux baseada no Debian com desktop KDE no lugar do Gnome.
  • Xubuntu, distribuição Linux baseada no Debian com desktop XFCE e otimizada para ser mais leve e rodar em hardware mais antigo.
  • Edubuntu, o núcleo Ubuntu melhorado especialmente para o ambiente educacional ou de clientes magros (Thin Clients).
  • Gobuntu (descontinuada), uma variante do Ubuntu consistindo inteiramente de software livre.
  • Lubuntu, o núcleo Ubuntu com o econômico e leve desktop LXDE no lugar do Gnome, para rodar em hardwares com baixas especificações(netbooks).
  • Ubuntu JeOS, uma eficiente variante do núcleo Ubuntu, desenhada para ser executada em máquinas virtuais.
Fora os produtos da linha Ubuntu, a Canonical tem mais alguns produtos Open Source, como Bazaar, Storm, Upstart e Quickly.
Agora, uma empresa que tem uma forma de distribuição gratuita de Linux (o Shipit), não tem versão paga para a distro desktop e é uma das mais amigáveis existentes, como pode estar em terceiro lugar ?
Explico: As estratégias da empresa, costurando alianças e acordos, pode prejudicar a liberdade dos seus usuários. Fechou acordo com a MPEGLA para licenciar o codec H.264, que é uma ameaça a vídeos livres na web, e, em qualquer lugar, devido as patentes envolvidas. Permite a contaminação do Ubuntu com o software Mono e suas bibliotecas (sobre o perigo do Mono, falarei mais adiante) e, por usar uma estratégia predatória para conseguir market share, as ações da Canonical devem ser observadas bem de perto.

Google Inc: A empresa número 1 em buscas aparece aqui numa quarta posição, e, surpreendentemente, melhor até que outra empresa de software (da qual falarei na sequencia).
A Google Inc é uma empresa bastante querida dos usuários em geral, possui bons produtos, um lema muito interessante (Don't be Evil) e, é sinônimo de competência com seus serviços.
A sua relação com o Open Source é muito boa, já que empresa sempre trabalha para disponibilizar tanto suas ferramentas como seus softwares em licenças abertas, para poderem ser utilizados por toda a comunidade. Possui duas distribuições Linux, Android, para telefones celulares e Google Chrome, a distribuição focada em computação nas nuvens(cloud computing).
Dois exemplos recentes da benevolência Googliana com o open source são: O padrão de comunicação Google Wave(que, infelizmente, falhou em atrair atenção do público) e o codec WebM, que a Google pretende que seja o padrão dos vídeos para o HTML5.
Porém, não podemos nos esquecer que a Google Inc não é uma empresa de software, é uma empresa que usa o software open source como um meio para atingir os seus fins. Assim, ela não é uma empresa open source. Alguns exemplos de tirania da Google são: o fechamento do CyanogenMod do Android(um mod do sistema operacional para celulares que trazia as Google Apps já instaladas) e as recentes conversas com a Verizon, que ameaçam a neutralidade da rede.  Claro que a benevolência Googliana tem suas razões, e, a maior delas é o data mining, essencial para o negócio de buscas e propaganda da Google. Por essas e outras, temos que estar atentos para que a Google Inc não se torne má(Do not become Evil).


Novell: A histórica empresa de Waltham, US, que foi uma das pioneiras da computação em rede, nos primórdios da computação empresarial, agora é uma empresa que fornece soluções baseadas em Linux e open source.
Linux foi um dos componentes chaves para a remodelação da empresa e sua adaptação aos novos tempos, pós Novell Netware, que foi um dos seus mais bem sucedidos produtos, nos anos 90.
Mas, não devemos nos esquecer que a Novell Inc não é uma companhia open source, mas, que viu no Linux e no open source uma oportunidade de se manter relevante, no acirrado mercado da computação cliente-servidor. Na verdade, a Novell tentou atrair os clientes de sistemas Unix e mesmo de seus sistemas Netware, no início dos anos 2000, já que estava havendo uma migração para outras plataformas.
Infelizmente, a Novell não teve muita sorte nas suas estratégias, ficando sempre atrás da Red Hat, às vezes no segundo lugar, às vezes no terceiro, e, por conta do fatídico acordo com a Microsoft, começou a atrair antipatia dentro da comunidade open source. Pior, ela ainda descuida de projetos open source para desenvolver linguagens e frameworks alienígenas ao Linux, como o Mono, que é baseado na tecnologia .NET da Microsoft, esvaziando o desenvolvimento de aplicações nativas para a arquitetura Linux.
A Novell ainda é a gestora do Suse Linux Enterprise e do Open Suse, que é uma importante distribuição Linux, e, por isso, deve ser muito bem observada.
Recentemente, diversos boatos de compra da Novell apareceram. Por isso, não é uma questão de SE a Novell será comprada por outra companhia, mas, quando isso irá acontecer.

Continua


As Corporações e Você: Quem é quem no Open source - Parte2

Continuação da parte 1


Neutras

International Business Machines, a centenária empresa de computação, com o foco voltado para a computação empresarial, é uma empresa com muitos projetos voltados ao open source: Eclipse, o framework, o desenvolvimento do kernel Linux, que a IBM auxilia com programadores contratados para isso, SElinux, Xen, dentre muitos projetos, os quais não cabem aqui.
A IBM começou a se envolver com o Linux em 1998, e, com o Linux, viu uma oportunidade de agregar valor ao serviço que já prestava. Como o Linux é excelente na escalalibilidade, desde projetos médios até projetos de supercomputadores, a IBM passou a utilizar Linux em suas atividades.
Em 1999, criou o Linux Technology Center, para integrar o Linux aos serviços que ela já prestava, como também para melhorar o kernel Linux para seus produtos. Um dos resultados  foi a disponibilização do kernel Linux para diversas plataformas: x86, mainframe, PowerPC, e mais recentemente, os processadores Cell(Playstation 3).
IBM encontrou no Linux uma ferramenta para continuar relevante no cenário da computação cliente-servidor. Ela não possui uma distro, mas apoia igualmente o Red Hat Enterprise Linux e o Suse Linux Enterprise em seus servidores.
Sendo uma empresa que tanto apoia o Linux, como aqui está classificada como neutra ? Há várias razões para isso.
A empresa apoia o Linux apenas onde ele é necessário para que ela tenha sucesso no mercado, não fazendo nada mais por ele. Bob Sutor, vp de Linux e open source, disse em 2009, que o Linux no desktop era uma batalha perdida.Ora, uma batalha perdida que rende alguns bilhões de dólares para a big blue, e, ainda a torna relevante no momento atual ? Nossa, um pouco de esforço pelo Linux como um todo seria bom, não?
Outro aspecto em que a IBM peca, e, se coloca em cima do muro, é a questão de patentes de software, na qual ela se diz uma empresa que apoia o Linux e o open source, e, ao mesmo tempo, é a favor de patentes de software. Recentemente, a IBM mostrou que poderia usar seu portfólio contra uma empresa que desenvolvia um produto baseado no emulador Hercules.


Yahoo:Yahoo, empresa de tecnologia, foi fundada por Jerry Yang e David Filo em janeiro de 1994 e foi incorporada em 1o março de 1995.
A empresa é mais conhecida por buscas online e serviços online diversos, mas, teve diversos projetos open source sob sua tutela(talvez o mais conhecido seja o Zimbra, servidor de e-mails / groupware open source compatível com o MS Exchange) , e, foi vendido para a VMware in janeiro desse ano.
Existem muitos outros projetos open source sendo desenvolvidos ainda pela Yahoo, tais como: 
Sendo o Hadoop, OAuth e o OpenID os mais famosos. A partir de 2008, a empresa sofreu uma tentativa mal sucedida de compra pela Microsoft, e, depois da substituição do CEO Jerry Yang pela sra. Carol Bartz, finalmente a Microsoft conseguiu tomar conta da Yahoo. Diversos projetos Open Source dentro da Yahoo foram extintos, colocando dúvidas se a empresa vai levar adiante seus projetos depois da tomada disfarçada pela Microsoft.


Neutra-Hostil

Nessa classe, temos apenas uma empresa. Mas, essa vale por todas. Diria-se que, com amigos como a Oracle, o Open Source não precisa de inimigos.

Oracle: Empresa fundada em 1977, por Larry Ellison, Bob Miner e Ed Oates, a Oracle sempre foi uma empresa de software proprietário, e, sua relação com o Open Source nunca foi das melhores.
Há 3 anos atrás, não tendo conseguido comprar a Red Hat, a Oracle criou uma distribuição Linux baseada no código fonte do RHEL, o Oracle Unbreakable Linux. Ou seja, não conseguiu o seu intento, mas, achou uma forma de se aproveitar do trabalho e da genialidade da Red Hat. E pior, ainda passou a oferecer aos clientes da Red Hat a sua versão de Linux, por preços muito mais baixos. Concorrência desleal é pouco. Recentemente adquiriu a Sun Microsystems e encerrou o sistema operacional Open Solaris, pondo em dúvida o futuro de diversos projetos Open Source que eram desenvolvidos pela Sun (MySql, Open Office, Virtual Box e outros).
Para coroar as desastradas ações da Oracle, em 12 de agosto de 2010, a empresa processou a Google, Inc por quebra de patentes relativas ao Java em sua plataforma móvel, o sistema operacional Android.
E, o próprio Larry Ellison declarou, em 2006: "Se um produto Open Source ficar bom mesmo, a gente vai lá e pega" , demonstrando que não teria nenhum escrúpulo em se aproveitar do trabalho da comunidade Open Source.

Continua

As Corporações e Você: Quem é quem no Open source - Parte3

Continuação da parte 2


Hostis
Finalmente, a categoria mais esperada. As empresas que, com suas ações(ou omissões) atingem o Open Source, com intento de destruí-lo ou descaracterizá-lo.


Apple: A empresa número um em gadgets (caros) de tecnologia, a Apple possui ligações profundas com o Open Source. Alguns projetos estão intimamente ligados a ela.
A Apple, obviamente, ama os projetos BSD, que lhe permitem sugar o que puder da comunidade, e não dar nada em retorno. Tanto que baseou seu MacOSX num núcleo BSD, colocando uma gui proprietária em cima (Quartz).
Mas, não é só isso: Webkit, o engine por detrás do Google Chrome, começou como um fork do Khtml, o engine de rendereização HTML do KDE.
A Apple se aproximou dos desenvolvedores do KDE em 2002 e se aproveitou muito bem do trabalho deles. Mas, como era de se esperar, na hora de incorporar o trabalho da Apple de volta ao código do KHTML, a empresa dificultou de todas as formas possíveis o acesso dos programadores do KDE as mudanças que tinham feito no código, pedindo NDA's e alegando estar protegendo segredos comerciais.
A relação ainda hoje não é das melhores, e, mesmo com a abertura de código do Webkit pela Apple(licença parte BSD, parte LGPL), ainda se teme pelo futuro do KHTML, componente essencial do browser Konqueror do KDE.
Mas, não é só isso. A Apple ainda possui um ponto vital para o Linux, o CUPS, o sistema de impressão adotado por todas as distribuições Linux, que a Apple passou a usar em 2002, no seu MacOSX, e, acabou comprando a companhia em 2007.
E, houve mudanças em sua licença, sendo parte LGLP, e, parte proprietária(após a aquisição pela Apple). Mas, mais uma vez se observa o hábito da Apple de se aproveitar do melhor do trabalho alheio, sem muita preocupação em dar algum retorno para quem o produziu.
E, não podemos nos esquecer que a Apple processa a HTC, fabricante de celulares asiática, por causa do sistema operacional Open Source Android. Então, é uma empresa que pode ser muito prejudicial ao Open Source.

Microsoft:  Microsoft tem uma antiga relação com o Open Source. Na época do windows 95/NT, o stack TCP/IP dele foi "inspirado" no BSD. Sim, a Microsoft ama o Open Source. Ama se apropriar dele, cobrar caro e não dar nada em troca para ninguém.
Mais recentemente, a Microsoft, num gesto de "boa vontade" com a comunidade, criou o seu próprio portal web para acomodar projetos Open Source, a Codeplex foundation e, já tinha há algum tempo um portal para desenvolvedores, o Port25.
Mas, que surpresa quando "apareceu" uma ferramenta para instalação do windows 7, que tinha código muito parecido com um projeto que estava hospedado no Codeplex. Que feio Microsoft, se apropriando sem nenhuma vergonha dos projetos no Codeplex foundation.
Mas, não foi só isso: Código sendo usado no supervisor de virtualização, Hyper-V, também tinha traços de cópia de projetos Open Source. O que a Microsoft, rapidamente, tornou uma "doação" para os drivers do kernel Linux.
No mesmo espírito de "inspiração" pelo trabalho alheio, Microsoft também se inspirou no Plurk para criar seu MSN Juku. Claro, teve que tirar do ar depois que foi pega com a boca na botija.
Há algum tempo atrás, processou a Tom Tom, fabricante de dispositivos GPS, sobre patentes de sistemas de arquivos.  E, recentemente, processou a Salesforce, de forma agressiva e não provocada, já que seu sistema de CRM não consegue competir com o sistema Open Source da Salesforce.
Isso sem falar dos acordos com Novell, HTC, Samsung, LG, que adiciona uma taxa "imaginária" de licenciamento de patentes, para que se possam usar projetos Open Source, dos quais Microsoft nunca participou e, jamais quis que prosperassem.
Fora o Mono/Moonlight, que é uma bomba de tempo, que habilita a Microsoft a tomar atitudes como o processo da Oracle contra a Google. Ou seja, se o Mono/Moonlight não for ejetado do ambiente Linux, poderemos ver, num futuro não muito distante, mais ações ridículas como a da Oracle.

Menções (dis)Honrosas
As empresas citadas a seguir são empresas que violaram a GPL em algum momento, ou continuam a violar até hoje.
E, esta lista pode mudar, a qualquer momento. Esperamos que aumentem as empresas amigas do Open Source e seguidoras da GLP.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Blogagem Coletiva de repudio ao AI5 Digital – 31/08

Amigos, os adoradores do AI5Digital e da ditadura,  os amantes do vigilantismo, os defensores dos direitos econômicos em detrimento dos direitos civis que formam o tripé do atraso, estão se movimentando para aprovar o famigerado e monstruoso AI5Digital que há muito deveria ter sido fulminado, destruído e acabado.
A turma do Grande Irmão: Azeredo, Febraban, Fecomercio e outros do mesmo quilate estão fazendo uma força tremenda para nos empurrar o AI5Digital guela abaixo de qualquer forma, vamos aos fatos:
  1. A mídia continua repetindo o Mantra da Irracionalidade contra a Internet
  2. No dia 05/08/10  O Deputado Pinto Itamaraty do PSDB apresentou parecer favorável ao AI5Digital, ignorando todos os argumentos e movimentos sociais dos últimos três anos.
  3. Seis dias depois aparece uma matéria dizendo que os Deputados buscarão acordo para votar a lei de crimes na Internet.
  4. E agora um evento para lá de esquisito organizado pela revista Decision Report, uma publicação que parece estar à serviço do Azeredo e do vigilantismo, se anuncia para o dia 31/08 com o título oportuno (para o tripé do atraso) de: Crimes Eletrônicos – A urgência da lei. O curioso e que este evento conta com 19 palestrantes para falarem em 2:30h, o que dá um pouco mais de 7 minutos para cada um.
Por estas e por outras que estamos convocando uma blogagem coletiva para o dia 31/08/10, justamente no dia do tal evento à serviço do Azeredo e do AI5digital, vamos fazer uma blogagem coletiva contra o AI5Digital para lembrar a todos que queremos a Internet como um espaço livre e democrático!!!