quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Para quem não gostou do novo Firefox… Leia este artigo.


Muito já foi escrito, louvando as qualidades do novo Firefox, de como ele está melhor do que jamais esteve, e, como muitos usuários estão surpresos e fascinados pelo novo FF quantum.


No entanto, eu decidi bancar o advogado do diabo aqui, pois, o novo Firefox não me surpreendeu tanto assim, e, apesar de estar bem mais rápido, menor e mais leve, as aparências enganam, e, todas essas qualidades são apenas superficiais, já que o “novo” Firefox abandonou muitos recursos que possuía, recursos que o faziam único.

As primeiras casualidades foram os add-ons, e, se você tinha algum especial, que precisava usar diariamente, não te-lo(s) mais é muito irritante. Mas, voltarei a isto num instante. Primeiro, vamos olhar para o passado do Firefox, precisamente 5 anos atrás, quando o Firefox surfava uma onda de imprecedente sucesso.


Firefox em 2013

Em 2013, o Firefox estava no topo do mundo. A Mozilla foundation tinha  lançado o Firefox OS, e, toda a entidade (a fundação mais a Mozilla corporation, que fazia as ligações comerciais da fundação), estavam direcionadas a tornar o Firefox OS um competidor a altura dos diversos OSes móveis que existiam então.

Não só o Firefox OS, mas, a Mozilla estava comprometida com desenvolvimento de games de alta qualidade, com HTML5(Unreal Engine, Monster Madness)  e Javascript (asm.js), estava apostando alto no WebRTC, como novo padrão de comunicação online (bye bye Skype). E, graças a um código bem otimizado e leve, o Firefox OS poderia rodar em celulares low end sem problemas.

A Mozilla estava mirando em mercados emergentes, onde celulares inteligentes eram artigos de luxo. Assim, fechou acordos em países como  Uruguai, Índia, Bangladesh, Panama, El Salvador, Nicaragua e Polônia, entre outros.

Havia excitação e expectativa, a cada anúncio da Mozilla, referente ao FF Os. O sistema era muito semelhante ao Android, pois tinha um kernel Linux, uma camada de abstração de hardware HAL(gonk) , Gecko, que é o mecanismo de navegador da Web do sistema operacional Firefox, que implementa padrões abertos para HTML, CSS e JavaScript. O Gecko inclui uma pilha de rede, uma pilha de gráficos, um mecanismo de layout, uma máquina virtual (para JavaScript) e uma camada de portabilidade, e Gaia, a interface com usuário do sistema.
Pela simplicidade, era adequado à aplicações WEB nativas, e, os apps que possuía eram todos baseados em HTML5+JavaScript e CSS.

O Firefox OS tinha uma interface elegante

Mas, em 2014, tudo mudaria, e, penso, para pior.

Brendan Eich, o visionário que queria fazer uma revolução online

Brendan Eich foi um dos funcionários da Netscape que ajudou a criar o javascript, em 1995.

No início de 1998, Eich co-fundou o projeto Mozilla com Mitchell Baker, criando o site mozilla.org que deveria gerenciar contribuições de código aberto para o código-fonte Netscape. Ele atuou como o principal arquiteto da Mozilla. Após a AOL ter comprado a Netscape e puxado a tomada do projeto, ele ajudou na criação da fundação Mozilla.

 
 Eich em foto oficial de 2012

 Ele ascendeu diversos degraus na organização, servindo como CTO, a partir de 2005, e, sendo apontado como CEO em março de 2014. No entanto, sua nomeação não agradou alguns membros, que deixaram o board of directors da Mozilla foundation logo após Eich ter sido conduzido ao cargo. Porém as coisas não pararam por aí, escalaram rapidamente, para um desfecho bem constrangedor.

Alguns funcionários da Mozilla Foundation (uma organização separada da Mozilla Corporation, que como eu mencionei anteriormente, é o braço comercial da entidade) solicitaram sua renúncia, com referência a sua doação de US$ 1.000 para a Proposição 8 da Califórnia, que proibiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Califórnia, antes de ser derrubada em 2013, quando foi declarada inconstitucional e os casamentos foram autorizados novamente. Eich ficou de acordo com sua decisão de financiar a campanha, mas escreveu em seu blog que estava arrependido de "causar dor" e prometeu promover a igualdade na Mozilla. Alguns dos ativistas criaram uma campanha  online contra  Eich, com o site de namoro on-line OkCupid exibindo automaticamente uma mensagem aos usuários do Firefox com informações sobre a doação de Eich e sugerindo que os usuários mudassem para um navegador diferente.  Outros na Mozilla Corporation falaram em seus blogs em favor de Eich.  Os membros do
conselho queriam que ele permanecesse na empresa em um cargo diferente. Em 3 de abril de 2014, Eich demitiu-se como CEO e renunciou a trabalhar na Mozilla; Em seu blog pessoal, Eich postou que "nas circunstâncias atuais, não posso ser um líder efetivo".
Eich, como um dos criadores do JavaScript, queria tornar o Firefox uma nova força na web, principalmente com o apelo das aplicações web rodando no FirefoxOS em celulares pelo mundo afora. E, um detalhe muito importante:
Ele era contra a adoção das EME’s (encrypted multmedia extensions) como padrão no HTML5, ele queria uma web livre para os usuários, não travada por mil e um esquemas de DRM.

Eich caiu, e, o Firefox começou a descer a ladeira

Com toda a campanha contra ele, Eich não teve alternativa a não ser deixar a Mozilla foundation. Mas, a saída de Eich afetou o desenvolvimento do Firefox e a Mozilla, mais profundamente do que qualquer um poderia prever. Com ele fora do
caminho, Firefox abraçou a tecnologia de DRM para conteúdos web que foi pressionado pela Netflix e outras companhias.

O Firefox OS também foi outro projeto que foi definhando lentamente até morrer, e,as companhias dominantes do mercado móvel (Apple, Google e em menor extensão Microsoft) não ficaram nenhum pouco tristes com isso. Era menos um competidor (muito talentoso) fora do páreo.

Assim, ele foi atingido, no início, por “fogo amigo”, de dentro da própria Mozilla foundation, e, a oposição a ele, com uma campanha, foi tão grande que ele não resistiu. No entanto, muitos ponderam que, não foi por causa de suas posições
políticas, mas sim porque ele se opunha ao DRM no Firefox e era uma força a empurrar o Firefox OS no mercado móvel.

E, a decadência foi tanta, que o Firefox foi chamado de walking dead browser (navegador morto andante).


Firefox Quantum é a nova tentativa da Mozilla
Com o lançamento da versão 57, Quantum, Mozilla tenta novamente ser o número 1 da web, e, suas características realmente são impressionantes: Novo rendering engine, escrito em Rust, com habilidades de usar multiprocessamento para acelerar o carregamento e renderização das páginas, além de ter seu código otimizado, para consumir menos memória (30% a menos, dizem os técnicos da Mozilla), uma nova interface (Photon) e ter voltado com o Google como padrão de buscas para diversos países ocidentais (Yandex continua na Rússia e Baidu segue na China), este novo Firefox  acabou com todas as extensões antigas.

O novo sistema de add-ons, a API WebExtensions, aposentou todas as extensões / complementos anteriores a versão 57. Como o navegador trocou do suporte XUL (XML User Interface Language) para apenas suportar extensões desenvolvidas pela API WebExtensions, muitas extensões populares  não funcionam mais, até que seus desenvolvedores as portem para a nova API. 
Ora, complementos básicos, como Down Them All e tantos outros, simplesmente pararam de funcionar. Penso que, na altura que este artigo sair, talvez estes complementos tenham sido portados, mas, e se não forem ?
Para quem trabalha com o Firefox, foi um golpe bem duro. Afinal, extensões como Firebug, Web Developer e X-Ray são essenciais, e, talvez não sejam portadas.
E, nesses tempos de vazamento de senhas e perfis expostos na internet, a Mozilla foi fazer uma promoção do seriado Mr. Robot, instalou uma extensão, Looking Glass, sem o consentimento dos usuários, e, a internet pegou fogo. “Se a Mozilla se posiciona como a alternativa consciente da privacidade para o Google, a Microsoft e outros, então, instalar uma extensão sem perguntar aos usuários primeiro, não é direito” - Techcrunch
Fora isso, para nós usuários Linux, a dependência do Pulseaudio é algo execrável.  

Mas, não tema: Há alternativas
E, depois de toda essa introdução, chegamos as alternativas viáveis ao Firefox, para que, todos aqueles que gostavam do Firefox antigo, possam ter o prazer de usar novamente todos os complementos, extensões e o jeitão do Firefox, que teve ótimas ideias, e algumas foram abandonados pelo caminho(como o botão Tab Groups, no FF 45).

Palemoon

Pale Moon é um navegador de código aberto com ênfase na personalização; Seu lema é “Seu navegador, do seu jeito”. Existem lançamentos oficiais para o Microsoft Windows e Linux, uma compilação não oficial para MacOS,  e diversas versões feitas por voluntários para várias plataformas.


Pale Moon é um fork do Firefox com divergências substanciais, especialmente para complementos e interface de usuário. Em particular, o Pale Moon continua a suportar os recursos  XUL e XPCOM  que o Firefox removeu na versão 57. Pale Moon também manteve a interface de usuário totalmente personalizável da era do Firefox 4-28, enquanto atualiza outras partes do navegador com o novo código fonte do Firefox.

Recursos:

  • Substitui o engine  Gecko com o fork Goanna
  • Usa a interface  pré-Australis do Firefox
  • Continua o suporte adicional para plugins XUL, XPCOM e NPAPI
  • Suporta extensões e temas exclusivos de Pale Moon, como Adblock Latitude
  • Predefinições para uma página inicial personalizável em cooperação com start.me
  • Mecanismo de pesquisa padrão é DuckDuckGo, em vez do Google ou Yahoo!
  • Usa o serviço IP-API em vez do Google para geolocalização.
  • Suporte para um número crescente de extensões exclusivas Pale Moon
  • Suporte abrangente e crescente para HTML5 e CSS3
  • Suporte geral para formatos de imagem: suporta WebP e JPEG-XR
  • Suporta Tab Groups (nativamente, apenas Tab Buton, uma extensão tem que ser instalada para o grupo de abas)
  • Não usa Pulseaudio para tocar mídia no Linux

É bem menor do que o Firefox (apenas 36MB), e, é mais rápido do que as versões anteriores à versão 57 do Firefox.

Com uma interface completamente personalizável e suporte aos Addons Firefox, é uma ótima opção.

Waterfox

O Waterfox é um navegador de código aberto para sistemas operacionais de 64 bits, com o objetivo de ser rápido e ético. Existem lançamentos oficiais para Windows de 64 bits (incluindo uma versão portátil), MacOS, Linux de 64 bits e Android de 64 bits.

O Waterfox é baseado no Firefox e é compilado usando vários compiladores e usando a Biblioteca de Matemática Kernel da Intel, Streaming SIMD Extensions 3 e Advanced Vector Extensions. As compilações do Linux são criadas com Clang. O Waterfox continuará a suportar o recurso adicional XUL e XPCOM complemento que o Firefox removido na versão 57.

O Waterfox foi iniciado em março de 2011 por Alex Kontos, um estudante de 16 anos.

O Waterfox foi um dos primeiros navegadores de 64 bits amplamente distribuídos na web e rapidamente ganhou um seguimento leal. Em um momento, a Waterfox tinha uma coisa em mente: a velocidade, mas agora o Waterfox também tenta ser um navegador ético e orientado para o usuário.


Recursos:

  • Desativa extensões de mídia criptografadas (EME)Desativa Web Runtime
  • Remove Adobe DRM
  • Remove o recurso Pocket
  • Remove  Telemetry
  • Remove a coleta de dados
  • Remove o perfil de inicialização
  • Permite o funcionamento de todos os plugins NPAPI de 64 bits
  • Permite execução de extensões não assinadas
  • Remove abas patrocinadas na abertura de  nova página
  • Opção de adição de tabulação duplicada
  • Adição de seletor de locales em about: preferências> Geral
  • Mecanismo de pesquisa padrão Ecosia, em vez de Google ou Yahoo!
  • Não usa Pulseaudio para tocar mídia no Linux

Waterfox impressiona, é como um Firefox 55, com recursos muito bons, que o autor pinça dos lançamentos mais recentes do Firefox, sem entrar em situações conflitantes com a privacidade dos usuários ou o uso de recursos DRM, que limitam a internet livre.


Veredito

É muito interessante ver que o legado do Firefox, quando o Firefox era bom, não foi abandonado. Na verdade, uma das muitas vantagens do software livre é a liberdade de forkar aquilo que não se considera mais satisfatório, e, o Firefox 57, apesar de suas mudanças e muitas novidades, não é mais o browser preferido de muita gente (eu incluso). A Mozilla está jogando para a plateia, mas a plateia do Windows e do Mac, dificilmente para a audiência Linux. E, agora, parecem preocupados apenas em ganhar espaço do Google Chrome.

Mas, para todo mundo que deixou de preferir o Firefox, há opções. E, opções de alta qualidade.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Joias da GOG: Two Worlds – Epic Edition




O mundo mudou quando Aziraal, o deus da guerra, foi morto na grande batalha há muito tempo.
As hordas dos orcs perderam seu líder divino e foram obrigadas a retirar-se para as terras altas do sul. Agora, milhares de anos depois, a localização do túmulo de Aziraal ainda é desconhecida, bem escondida por outros deuses que não se atrevem a confiar o segredo aos meros mortais.
No entanto, agora, uma frágil paz entre as raças civilizadas e as hordas está em jogo. Quando a expedição mineradora dos anões descobriu um templo antigo dedicado a uma divindade sem nome, uma guerra silenciosa começou, e em breve acenderá as chamas que levarão à santa cruzada dos Orcs. No entanto, o perigo real está em outro lugar. Uma força poderosa trabalha silenciosamente – tecendo uma trama secreta de medo e destruição. No final, somente um dos dois mundos permanecerá.

Assim começa a épica aventura de Two Worlds – Epic Edition, uma joia da GOG sobre a qual escrevo agora.

Two Worlds – o jogo

O jogo começa 300 anos após o banimento de  Aziraal, um irmão e uma irmã são atirados no conflito que queima entre os Orcs e o mundo livre. Kyra, a irmã mais nova do herói, de repente desaparece em circunstâncias misteriosas.
Acontece que você, o herói, pertence a uma família de escolhidos, que há muitos séculos atrás ajudou a derrotar  Aziraal, e, que possui a relíquia que o baniu do mundo dos homens.
Para todos os efeitos, você é um caçador e mercenário sem escrúpulos – mas a busca por sua irmã  leva você de volta às suas raízes.
No início da sua aventura épica, uma tarefa mercenária leva você para o extremo norte – mas você também está seguindo uma pista misteriosa ao mesmo tempo – a primeira que você recebeu desde o desaparecimento de Kyra. Você recebe um choque durante uma reunião com os emissários de uma Irmandade obscura – os sequestradores da sua irmã estão mesmo atrás da relíquia da sua família. Se há alguma verdade que sua família é de escolhidos ou não, os outros, obviamente, acreditam nisso – e se você quiser ver Kyra novamente, você terá que agir rapidamente.
Você é a única pessoa capaz de desvendar os segredos do túmulo de um deus morto, e todas as forças na terra querem sua ajuda para aproveitar seu poder.

 

Características:

Paisagens extraordinárias: num mundo de fantasia onde cada habitante leva uma vida dinâmica separada com rotinas diárias realistas, suas ações determinarão o destino da terra devastada por conflitos de antaloor.
Liberando a liberdade: two worlds não é para aqueles que não gostam de tomar decisões, porque muitas vezes você terá que escolher um lado ou o outro. Um sistema de reputação inteligente e em rede para guildas e sociedades secretas garante isso.
Knight, thief, mage ou alchemist: lutas espetaculares, dinamicamente coreografadas a pé ou à cavalo. Um sistema de alquimia absorvente para criar poções individuais e power-ups oferece diversificação - e a realização de interrupções no modo Sneak terá seus nervos tremendo! Se isso ainda não for suficiente, experimente o sistema mágico sofisticado ...
Interface intuitiva e desenvolvimento individual de atributos: você pode experimentar com todos os atributos de personagem e desenvolver suas habilidades como e quando quiser. Um elaborado sistema de inventário garante que você tenha sempre uma visão geral clara por mais quente que esteja a ação.
Multijogador massivo incluído: cidades movimentadas são os centros comerciais e pontos de encontro para várias centenas de jogadores. Os personagens auto-criados lutam contra duques PvsP no modo Arena ou resolvem uma série de quests interessantes como aliados.
Game engine atualizado: a nova atualização do engine 1.6 agora está incluída!

 

Gameplay

O jogo transcorre numa paisagem de fantasia tridimensional em tempo real. Como tal, foi comparado com The Elder Scrolls IV: Oblivion. (Se bem que, em certas situações o herói parece vestido como  Geralt de Rívia, da série Wytcher)

A árvore de Skills
 Tal como em Oblivion e Gothic 3, a jogabilidade não é linear. O jogador é livre para explorar o mundo do jogo, aceitando side quests à vontade. No entanto, há uma missão central, centrada no resgate da irmã do protagonista, que está sendo mantida refém por forças misteriosas que tentam abrir o túmulo de Aziraal, o deus do fogo.
O jogo não utiliza classes de personagens fixas como outros jogos de RPG. À medida que o personagem ganha experiência e níveis, é possível investir Pontos de Atributo ganhos em qualquer atributo, levando a uma variedade de estilos de jogo e abordagens.

Combate a pé
O mundo em que o jogo ocorre é chamado Antaloor. Ao viajar pelo jogo, o jogador vai encontrar novos teletransportes, cavernas, vilas e outros locais, e essas viagens são registradas pelo mini-mapa no jogo. Os teletransportes permitem viagens rápidas entre regiões exploradas. Os cavalos estão disponíveis para o jogador, assim como outros animais / criaturas, embora vários críticos lamentem os controles desajeitados quando em montaria.

As belas paisagens de Antaloor
A morte no jogo leva à ressurreição em um santuário próximo; esses santuários são distribuídos em todo o mundo do jogo e também reabastecem a saúde quando o jogador chega a uma proximidade suficiente. No entanto, o nível de dificuldade máxima do jogo apresenta um recurso de morte permanente.
Existem várias criaturas em Two Worlds. Ao contrário de outros CRPGs com áreas selvagens, os inimigos não respawnam , embora a maioria das áreas esteja densamente povoada.
Além da missão principal, não há um enredo definido, o jogador pode escolher  completar as quests do seu agrado e explorar à vontade. O jogador pode optar por agir como um herói justo e ser honrado entre a população, ou diabolicamente mal e temido, através da reputação adquirida ao completar certas missões. No entanto, o caminho escolhido terá consequências sobre o resultado do jogo.

Resenha

Quando do seu lançamento, o jogo foi altamente criticado. Nada foi poupado: De voice acting horrível a cutscenes muito mal feitas, os críticos não perdoaram. O jogo levou 50.32% do site Game Rankings , 65 pontos no Metacritic e 5.1 do site TeamXbox.
Mas… Será tão ruim assim ? Na verdade, não.
Vamos então analisar seus pontos, tanto fortes quanto fracos.

Gráficos

 

Um dos muitos dungeons
Os gráficos são belíssimos, e, um dos mundos de fantasia visualmente mais bonitos que eu já vi, sente-se ainda mais como um lugar real, graças ao alcance da visão, que renderiza objetos e paisagens muito distantes do jogador.  O mundo do jogo é enorme e lotado com cidades, pessoas, criaturas, belos pontos escondidos, side quests e ervas para escolher. Embora não faça nada revolucionariamente novo, tudo foi projetado tão cuidadosamente e se junta tão bem que, como um todo, ele pode competir com os melhores do gênero.

Som

Bem, aqui temos que fazer uma distinção: A música, trilha sonora e efeitos sonoros e o voice acting.
O voice acting é… Decepcionante. Sim, por vezes ele é plano e sem emoções, outras vezes over the top e dramático demais. Há ainda vezes em que soa robótico e sem vida. A razão disso é que o voice acting para Two Worlds foi realmente feito pela equipe da Reality Pump, não atores profissionais. E, isso aparece, no desajeitado modo que os diálogos ocorrem. Agora a música…
A música é outro departamento. A trilha sonora oficial de Two Worlds foi lançada em um CD em 14 de outubro de 2007 pela TopWare. Foi composto e organizado por Harold Faltermeyer(sim, aquele de “Um Tira da Pesada” e tantos outros sucessos do cinema). A música foi tocada pelos músicos da MGM Grand Orchestra e continha uma mistura de gótico, clássico e rock. A canção-título "Play the Game" foi cantada por Kyra e incluiu várias versões remix.

 

Veredito

Este jogo está muito barato, em promoção na GoG. É um jogo que foi comparado à Elder Scrolls: Oblivion, Gothic e até mesmo a Wytcher. Tem ótimos gráficos, voice acting irregular, risível às vezes, mas música fenomenal, e,  tem ainda modo multiplayer, em que diversos jogadores podem jogar co-op ou PVP, nos imensos cenários do jogo e esta versão da GoG já vem com dois addons: Tainted Blood and Curse of Souls. Com um tamanho de 4.3 GB, é um RPG de mundo aberto gigantesco, que deixará você entretido por meses. Claro, jogue sem pressa de terminar a quest principal e explore bastante o mundo de Antaloor, para uma experiência mais completa e gratificante.

 

Ficha técnica:

Desenvolvedor: Reality Pump
Editor: TopWare Interactive, SouthPeak Games
Designer: Mirosław Dymek
Compositor: Harold Faltermeyer
Preço: R$ 3,19
Tamanho: 3.6 GB
Requerimentos: Placa de vídeo Nvidia, compatível com shader 3.0 e Wine com suporte a aplicações win32.
E, nessa época de natal, é uma ótima opção de presente.
Ok ?
Espero que gostem. Feliz natal!!!


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Audiotool: Incrível ferramenta de criação musical


Eu já escrevi sobre o Audiosauna, em outra oportunidade, um programa de criação musical na nuvem muito interessante, poderoso e gratuito. No entanto, comparado ao Audiotool, é como se fosse um triciclo comparado com um míssil. Sim, Audiotool é tudo isso mesmo, uma ferramenta poderosa de criação musical aliada a uma plataforma de difusão dos trabalhos criados com ela.

O que é Audiotool ?

Audiotool (anteriormente Hobnox) é um site alemão de distribuição / publicação de conteúdo especializado em música. A maior parte do conteúdo do site foi associada à música eletrônica (devido à sua estação de trabalho de áudio digital estruturada baseada em navegador, com o mesmo nome, semelhante à Reason ReBirth), a moda e a cultura indie. Os usuários podem criar e publicar suas faixas de música no site usando as licenças Creative Commons ou Todos os Direitos Reservados. Em 2010, a Hobnox foi fechada por questões financeiras. No entanto, o Audiotool ainda está disponível para uso.

O conceito do Audiotool

Alguns dos módulos do Audiotool.

Audiotool funciona num conceito de módulos, e, estes módulos, como peças de Lego, podem ser livremente conectadas, de forma a conseguir os efeitos desejados.
E tudo acontece na área de trabalho principal do programa, onde os cabos podem ser arrastados manualmente de entrada para saída, refletindo o fluxo de trabalho de músicos eletrônicos da velha guarda. Esta abordagem oferece total liberdade quando se trata de rotear, dividir ou fundir as diferentes saídas de sintetizadores.

Os Módulos do Audiotool

Como mencionei, o Audiotool funciona num conceito modular, onde todos os dispositivos podem ser arranjados de forma a produzir um som diferente, com características profissionais, que nada ficam a dever a softwares mais caros (Fruitloops e etc…).
E, estes módulos são os seguintes:

Instrumentos
 Heisenberg:
O Heisenberg é o poço dos desejos sônicos do audiotool. Com seus 4 osciladores e sua seção massiva de filtros, este sintetizador Phase Modulation pode oferecer tudo, desde graves profundos até sons agudos de alta frequência. Use seus recursos de LFOs(low frequency oscillators) para serem sincronizados através de valores de notas e você obterá mesmo esse padrão de fundo rítmico que você estava procurando por todo o tempo.


Pulverisateur:
O Pulverisateur é um sintetizador polifônico. É um dispositivo muito poderoso e pode ser usado para fazer uma grande variedade de sons diferentes, desde melodias flutuantes de luz até linhas de baixo sombrias e pesadas. O Pulverisateur inclui 3 osciladores, um gerador de ruído, um canal de entrada de áudio e envelope de amplitude e controles de envelope de filtro, bem como um filtro e uma unidade LFO. Ao contrário de alguns dos outros dispositivos, o Pulverisateur não inclui seu próprio sequenciador  , isto significa que o Pulverisateur deve ser sequenciado usando um Note Track através da linha de tempo ou usando outro dispositivo como o Tonematrix como seqüenciador.


 Machiniste:
O Machinste é essencialmente um sampler player com um foco claro em ser uma drum machine. O editor de padrões integrados e uma poderosa seção de filtro são ideais para ajustar suas amostras de bateria e começar com o seu groove. Mas, por caber a você carregar suas amostras, também funciona como uma boa placa de sound FX.

 Beatbox 8:
O Beatbox 8 oferece os sons bem conhecidos e o comportamento do hardware real que  ele espelha. Este compositor de ritmo baseado em padrões clássicos ainda oferece uma base sólida para fazer sua batida. Enquanto você ainda pode programá-lo com o editor de padrões integrado, graças à sua implementação de software, você também pode criar uma faixa de nota em seu arranjo para editá-la como um instrumento midi.


 Beatbox 9:
O Beatbox 9 oferece as mesmas vantagens relacionadas à implementação do software, como o Beatbox 8, mas usa seus próprios controles e sons exclusivos.
Embora parecido com o Beatbox 8, o Beatbox 9 pode ser considerado mais realista, já que alguns dos instrumentos são batidas sampleadas de baterias reais e o dispositivo possui um som geral muito mais redondo e mais claro do que o Beatbox 8.

 Bassline:
 O Bassline é outro sintetizador inspirado em hardware clássico real. Ao contrário do que o seu nome sugere, é mais conhecido por suas batidas dançantes que ganharão vida quando você as ajustar com a seção de filtro integrada. Depois de todos esses anos, as pessoas ainda ficam loucas na pista de dança com suas batidas à la anos 90.

Mixagem & Roteamento
Saída Mestre:
A saída mestre é o destino final do seu sinal estéreo mixado. Ela permite que você nivele a saída global e oferece seu próprio Limitador opcional.

 





Centroid:
O Centroid é o mixer padrão do aplicativo audiotool. Permite que 16 canais estéreo sejam mixados, ao mesmo tempo que fornece a cada canal sua própria seção de equalização. E com 2 canais estéreo Aux, o Centroid oferece a oportunidade de trazer efeitos consistentes para a sua mixagem.
Audiotrack:
O dispositivo Audiotrack oferece a possibilidade de trabalhar com samples diretamente no seu arranjo. Ele cria uma faixa estéreo que pode ser paneada e nivelada antes de ser enviada para o mixer.

Splitter / Merger:
O Splitter e o Merger são na verdade a mesma coisa, mas em direções diferentes. Enquanto o Splitter alimenta 3 saídas com sua entrada estéreo, o Merger aguarda 3 entradas estéreo para serem incorporadas a uma saída.

Crossfader:
O Crossfader se assemelha a um mixer de DJ clássico. Como um típico DJ Mixer, sua poderosa seção de equalização permite isolar aquelas frequências irritantes em seu sinal e livrar-se delas com um simples toque de botão.
MiniMixer:
O Minimixer é um submixer mínimo. Seus 4 canais estéreo podem ser paneados e nivelados, e até mesmo ser alimentados no canal auxiliar estéreo, mas não oferece nenhum tipo de equalização como o Centroid.

Efeitos
Rasselblock:
O Rasselbock é, em essência, um re-sampler com 7 efeitos internos. O que torna o Rasselbock diferente é que tem 5 saídas de canal separadas (não incluindo a saída mestre). Isso permite rotear pedais de efeito através do dispositivo e desencadeá-los em tempo real, apenas posicionando os blocos na grade de sequenciamento. Você pode decidir o quão grande serão os blocos antes de adicioná-los à grade de sequência, alternando as diferentes opções de snap na grade de sequenciamento.
Equalizador Gráfico:
O EQ grafico permite que você sintonize suas frequências com 2 bandas de gama completa para a mixagem. Com o recurso de propagação estéreo especial, ele também se qualifica como painel de efeito decente. 
 
Autofilter:
Com seus 4 modos, o Autofilter pode ser ajustado diretamente para a faixa de frequência que você deseja que ele opere. E a entrada Sidechain permite que o Autofilter seja acionado por um sinal de entrada diferente.

Pedais de efeito:
Os pedais de efeito oferecem uma variedade de efeitos, todos apresentados como pedais de efeitos. De side chainable Compressor para Reverb e Delay, você obtém um conjunto de 13 efeitos diferentes para ajustar seu som ao seu gosto.

Exciter:
O Exciter adiciona brilho ao sinal de entrada. O Exciter faz isso dividindo o sinal de entrada em duas bandas e depois adicionando pequenas quantidades de distorção às frequências mais altas antes de juntar novamente as duas bandas.

Stereo Enhancer:
 O Stereo Enhancer irá ajudá-lo a espalhar seu som no espaço estéreo. Adicionado diretamente antes da caixa de saída como um efeito mestre, ele ajuda a alargar o efeito, tornando a presença de sua música no maior espectro possível.

Assim, com todos estes componentes, é possível montar um complexo e completo DAW (Digital Audio Workstation), como o da figura abaixo:

 

O Veredito

Audiotool é uma ferramenta poderosa para criar música, e, em suas versões mais recentes, aceita até o uso de um teclado MIDI conectado ao computador. O único requerimento é que o teclado MIDI só vai funcionar com o navegador Google Chrome. Fora isso, o programa funciona em qualquer navegador com o Flash Player instalado.
É possível criar desde simples melodias a músicas muito elaboradas, naveguei pelo site Audiotool e, sua seção de músicas é incrível: Escutar as músicas criadas com ele, não se acredita que foram feitas nele, tamanha a qualidade do produto final(parece que foi feito em algum Fruit Loop da vida).
No entanto, não é um software fácil. Ele tem uma curva de aprendizado lenta, já que é um programa/plataforma bastante complexa e completa. Por isso, não pense que vai sair fazendo música logo que acessar o site.
Mas, apesar da dificuldade, existem diversos tutoriais espalhados pela internet, desde o site do Audiotool, até o You Tube.

E, uma tela bem grande é muito aconselhável, visto que os módulos vão preenchendo a área de trabalho, e, em telas pequenas, a visualização ficará prejudicada.

Ok ?

Espero que gostem, de uma ferramenta poderosa e gratuita, para quem gosta de criar música.